quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
Presente de Natal
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Estudantes revoltados com a aprovação da PEC 55 e com a repressão do Estado avançam sobre Brasília
Após a aprovação da PEC, a qual mais de 60% da população brasileira desaprova, em meio a uma chuva de gás e de balas de borracha, os estudantes resolveram deixar os protestos pacíficos e partiram para a ação direta, atirando objetos nos policiais e atacando o patrimônio público e privado. Não se tratava de baderneiros, de "vagabundos", de "criminosos", mas sim de manifestantes indignados pela forma como os ocupantes do governo patrocinaram e o Congresso aprovou o diploma constitucional, que, na prática, revoga a Constituição de 1988, trocando o Estado de Justiça Social pelo Estado Normal - subserviente, regressivo e destrutivo.
Uma parcela da população não concordou com a abordagem dos manifestantes, alegando que eles deveriam saber dialogar com o governo e não cometendo "graves violações de direitos da vidraça" [sarcasmo]; de outro lado, os manifestantes alegam que o próprio governo não quer dialogar e que eles não aceitarão calado e isso tem-se provado verdade, devido aos métodos ardis que a cúpula política que apoia Michel Temer tem empregado para calar as vozes da rua, seja abreviando discussões públicas, trocando horários de votações, defendendo mandato de senador corrupto para presidente da casa, realizando sessões extraordinárias (contrariando o Regimento Interno), ou com a repressão e cerceamento das liberdades de reunião, manifestação do pensamento e do direito de ir e vir.
Os manifestantes quebraram vidraças, pontos-de-ônibus, fachadas de banco, carros caros e atearam fogo em um ônibus -- tudo patrimônio de gente que consegue arcar com as despesas. Devemos lembrar que as empresas de ônibus, além de não raramente fornecerem um péssimo serviço à população, são as maiores máfias do Brasil; já os bancos foram os que patrocinaram diretamente a aprovação da PEC do Fim do Mundo; graças a eles, os pobres passarão penúria por não terem acesso à educação e saúde de qualidade e a classe média falirá por não ter para quem vender, vendo, inclusive, sua renda depreciar para ter que pagar escola privada para os seus filhos, uma vez que as mensalidades certamente subirão daqui para frente, devido à procura. Os bancos financiaram sim essa PEC, pois agora o Orçamento Público ficará comprometido em manter o pagamento de juros exorbitantes de 14%. Um ônibus queimado e algumas vidraças apedrejadas é muito pouco para o que o governo fez com a população.
60 pessoas foram detidas, sendo a maioria de forma arbitrária, antes de começar a ação direta.
Em São Paulo, diante do mesmo quadro de censura e de imposição do Estado, revoltados com a provocação da FIESP, principal financiadora do golpe especialmente pelo seu presidente corrupto, Paulo Skaf, delatado pelos dirigentes da Odebrecht, a Frente Povo Sem Medo quebrou a fachada de sua sede.
Em Belo Horizonte, a Polícia atacou covardemente, pelas costas, os manifestantes que atuavam de forma pacífica. Mesmo assim, tem pessoas que, do conforto do ar condicionado de casa, acha que são os manifestantes que não sabem conversar.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
MBL sai em defesa de Aécio Neves
Depois da foto do namoro entre Sérgio Moro e Aécio Neves viralizar na internet, durante o evento mais chapa-branca do ano, a das premiações da IstoÉ, na qual somente constava políticos do PMDB e PSDB (entre eles o próprio Moro) o Movimento Brasil Livre saiu em defesa do senador tucano nas mídias sociais:
A tempo: é sempre bom lembrar que o Lula, ou o Eduardo Cardozo, ou a Dilma, ou o Haddad, não são juízes em uma Operação onde o Aécio é investigado. E nenhum deles demonstrou tanta familiaridade, tanto amor, quanto Sérgio Moro...
terça-feira, 29 de novembro de 2016
Temer chama escândalo de "fatozinho"
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Quem está por trás da investida de Marcelo Calero contra Temer?
Anistia pode preservar mandato de Temer e permiti-lo concorrer em 2018
Depoimento de ex-ministro da cultura pode derrubar Temer
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
Invasão da Câmara dos Deputados
Quatro deles trocaram socos e chutes com policiais legislativos e foram presos em flagrante. Os agentes tiveram de usar armas de choque para evitar novas agressões. Pelo menos dois funcionários da Câmara foram feridos. Jornalistas e servidores foram retirados do plenário por conta da suspeita de que alguns dos manifestantes estariam armados, fato que não se comprovou.
Foi a primeira vez que um grupo tomou o principal recinto do Legislativo desde a redemocratização do país. Por quase duas horas deputados federais e agentes da Polícia Legislativa tentaram negociar a saída pacífica deles, mas o grupo se negou a deixar o local. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), determinou então, por volta das 18h, que os policiais prendessem os manifestantes. Cerca de 50 deles foram detidos e fichados na Polícia Federal por depredação do patrimônio público e invasão.
A imagem do integrantes do grupo sendo retirada teve um simbolismo fortíssimo. Saíam escoltados pela polícia por debaixo da escada do Congresso Nacional, por onde geralmente passam autoridades em atos solenes. Ao som do hino brasileiro que ecoava em uma caixa de som no gramado do Congresso, os manifestantes deixavam o Legislativo aos aplausos e aos gritos de “valeu, patriotas”. Patriota é um dos termos que militares atribuem uns aos outros. Entre os manifestantes havia vários militares reservistas (aposentados) ou familiares de representantes das Forças Armadas.
Dos 17 entrevistados, apenas um dizia ser contrário a intervenção militar. Todos eles afirmaram que eram anticomunistas, simpatizantes do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), o qual, apesar de dizer ser contra o aparelhamento do Estado, colocou sua família inteira para receber dinheiro público por meio de populismo barato.
A maioria chegou em Brasília no dia 15 de novembro, atendendo a convocações de grupos reacionários nas redes sociais que pediam a invasão do Congresso Nacional e a demissão de todos os políticos de uma só vez. Como a data era um feriado, de proclamação da República, o Legislativo não abriu e a ação não foi possível.
Durante a invasão e após ela, todos os deputados que usaram a tribuna ou concederam entrevistas repudiaram o ato. Até mesmo alguns dos parlamentares mais vinculados à direita se surpreenderam com o protesto. “É um absurdo, uma agressão sem tamanho (...) Não dá para saber se eles são ligados ao PT ou não”, afirmava o deputado Capitão Augusto Rosa (PR-SP). O deputado quis colocar a culpa em movimentos que nada tem a ver com a invasão, e que até a repudiam. Outros também repudiaram o ato: “Esse protesto é o reflexo da divisão que há no país desde a eleição de 2014. Alguns podem imaginar que são pessoas quase lunáticas, que estariam fora do ambiente, mas não são. A nossa democracia está doente e o principal sintoma dessa doença foi o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Agora, todos acham que podem fazer qualquer ato, ainda que ilegal por grupos absolutamente fascistas”, afirmou o deputado Henrique Fontana (PT-RS).
A guerra da Síria no Conselho de Segurança #1
Acusação de crimes de guerra contra os Estados Unidos e a Rússia no Tribunal Penal Internacional.
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
PEC 241 -- impactos econômicos
Organizei 10 perguntas e respostas sobre a PEC 241, com base na minha apresentação de ontem na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Espero que ajude aqueles que estão sendo convencidos pelo senso comum. Lembrem-se: o orçamento público é muito diferente do orçamento doméstico.
1. A PEC serve para estabilizar a dívida pública?
Não. A crise fiscal brasileira é sobretudo uma crise de arrecadação. As despesas primárias, que estão sujeitas ao teto, cresceram menos no governo Dilma do que nos dois governos Lula e no segundo mandato de FHC. O problema é que as receitas também cresceram muito menos -- 2,2% no primeiro mandato de Dilma, 6,5% no segundo mandato de FHC, já descontada a inflação. No ano passado, as despesas caíram mais de 2% em termos reais, mas a arrecadação caiu 6%. Esse ano, a previsão é que as despesas subam 2% e a arrecadação caia mais 4,8%.
A falta de receitas é explicada pela própria crise econômica e as desonerações fiscais sem contrapartida concedidas pelo governo e ampliadas pelo Congresso. Um teto que congele as despesas por 20 anos nega essa origem pois não garante receitas, e serve para afastar alternativas que estavam na mesa no ano passado, como o fim da isenção de 1995 sobre tributação de dividendos, o fim das desonerações e o combate à sonegação. A PEC garante apenas que a discussão seja somente sobre as despesas.
A PEC também desvia o foco do debate sobre a origem da nossa alta taxa de juros -- que explica uma parte muito maior do crescimento da dívida, já que refere-se apenas às despesas primárias federais. Uma elevação da taxa de juros pelo Banco Central tem efeito direto sobre o pagamento de juros sobre os títulos indexados à própria taxa SELIC, por exemplo -- uma jabuticaba brasileira.
A PEC é frouxa no curto prazo, pois reajusta o valor das despesas pela inflaçã o do ano anterior. Com a inflação em queda, pode haver crescimento real das despesas por alguns anos (não é o governo Temer que terá de fazer o ajuste). No longo prazo, quando a arrecadação e o PIB voltarem a crescer, a PEC passa a ser rígida demais e desnecessária para controlar a dívida.
2. A PEC é necessária no combate à inflação?
Também não. De acordo com o Banco Central, mais de 40% da inflação do ano passado foi causada pelo reajuste brusco dos preços administrados que estavam represados (combustíveis, energia elétrica...). Hoje, a inflação já está em queda e converge para a meta. Ainda mais com o desemprego aumentando e a indústria com cada vez mais capacidade ociosa, como apontam as atas do BC.
3. A PEC garante a retomada da confiança e do crescimento?
O que estamos vendo é que o corte de despesas de 2015 não gerou uma retomada. As empresas estão endividadas, têm capacidade ociosa crescente e não conseguem vender nem o que são capazes de produzir. Os indicadores de confiança da indústria, que aumentaram após o impeachment, não se converteram em melhora real. Os últimos dados de produção industrial apontam queda em mais de 20 setores. A massa de desempregados não contribui em nada para uma retomada do consumo. Que empresa irá investir nesse cenário?
Uma PEC que levará a uma estagnação ou queda dos investimentos públicos em infraestrutura física e social durante 20 anos em nada contribui para reverter esse quadro, podendo até agravá-lo.
4. A PEC garante maior eficiência na gestão do dinheiro público?
Para melhorar a eficiência é necessário vontade e capacidade. Não se define isso por uma lei que limite os gastos. A PEC apenas perpetua os conflitos atuais sobre um total de despesas já reduzido. Tais conflitos costumam ser vencidos pelos que têm maior poder econômico e político. Alguns setores podem conquistar reajustes acima da inflação, e outros pagarão o preço.
5. A PEC preserva gastos com saúde e educação?
Não, estas áreas tinham um mínimo de despesas dado como um percentual da arrecadação de impostos. Quando a arrecadação crescia, o mínimo crescia. Esse mínimo passa a ser reajustado apenas pela inflação do ano anterior. Claro que como o teto é para o total de despesas de cada Poder, o governo poderia potencialmente gastar acima do mínimo. No entanto, os benefícios previdenciários, por exemplo, continuarão crescendo acima da inflação por muitos anos, mesmo se aprovarem outra reforma da Previdência (mudanças demoram a ter impacto). Isso significa que o conjunto das outras despesas ficará cada vez mais comprimido.
O governo não terá espaço para gastar mais que o mínimo em saúde e educação (como faz hoje, aliás). Gastos congelados significam queda vertiginosa das despesas federais com educação por aluno e saúde por idoso, por exemplo, pois a população cresce.
Outras despesas importantes para o desenvolvimento, que sequer têm mínimo definido, podem cair em termos reais: cultura, ciência e tecnologia, assistência social, investimentos em infraestrutura, etc. Mesmo se o país crescer...
6. Essa regra obteve sucesso em outros países?
Nenhum país aplica uma regra assim, não por 20 anos. Alguns países têm regra para crescimento de despesas. Em geral, são estipuladas para alguns anos e a partir do crescimento do PIB, e combinadas a outros indicadores. Além disso, nenhum país tem uma regra para gastos em sua Constituição.
7. Essa regra aumenta a transparência?
Um Staff Note do FMI de 2012 mostra que países com regras fiscais muito rígidas tendem a sofrer com manobras fiscais de seus governantes. Gastos realizados por fora da regra pelo uso de contabilidade criativa podem acabar ocorrendo com mais frequência.
O país já tem instrumentos de fiscalização, controle e planejamento do orçamento, além de metas fiscais anuais. Não basta baixar uma lei sobre teto de despesas, é preciso que haja o desejo por parte dos governos de fortalecer esses mecanismos e o realismo/transparência da política fiscal.
8. A regra protege os mais pobres?
Não mesmo! Não só comprime despesas essenciais e diminui a provisão de serviços públicos, como inclui sanções em caso de descumprimento que seriam pagas por todos os assalariados. Se o governo gastar mais que o teto, fica impedido de elevar suas despesas obrigatórias além da inflação. Como boa parte das despesas obrigatórias é indexada ao salário mínimo, a regra atropelaria a lei de reajuste do salário mínimo impedindo sua valorização real -- mesmo se a economia estiver crescendo.
O sistema político tende a privilegiar os que mais têm poder. Reajusta salários de magistrados no meio da recessão, mas corta programas sociais e investimentos. Se nem quando a economia crescer, há algum alívio nessa disputa (pois o bolo continua igual), é difícil imaginar que os mais vulneráveis fiquem com a fatia maior.
9. A PEC retira o orçamento da mão de políticos corruptos?
Não. Apesar de limitar o tamanho, são eles que vão definir as prioridades no orçamento. O Congresso pode continuar realizando emendas parlamentares clientelistas. No entanto, o Ministério da Fazenda e do Planejamento perdem a capacidade de determinar quando é possível ampliar investimentos e gastos como forma de combate à crise, por exemplo. Imagina se a PEC 241 valesse durante a crise de 2008 e 2009?
10. É a única alternativa?
Não. Há muitas outras, que passam pela elevação de impostos sobre os que hoje quase não pagam (os mais ricos têm mais de 60% de seus rendimentos isentos de tributação segundo dados da Receita Federal), o fim das desonerações fiscais que até hoje vigoram e a garantia de espaço para investimentos públicos em infraestrutura para dinamizar uma retomada do crescimento. Com o crescimento maior, a arrecadação volta a subir.
terça-feira, 11 de outubro de 2016
PEC 241 - Os bancos estão quebrando?
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
O feminismo e o consumo
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
Impeachment de Gilmar Mendes vai para a gaveta
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
How U.S. defense industry controls the elections supporting Israel's illegal occupations
terça-feira, 13 de setembro de 2016
Roberto Amaral entrega pedido de Impeachment de Gilmar Mendes
Soneto da Cassação
De tudo ao cramunhão serei atento
Antes, Decorativo, hoje, nem tanto
E mesmo que esteja o Cunha em prantos
A ele fique apenas meu esquecimento.
Quero viver de cada vaia um alento
E em louvor a Lúcifer espalharei meu canto
Com bala de borracha em petista entretanto
e um castigo repressivo virulento
E assim quando mais tarde a Veja me procure
Quem sabe o tablóide, popularidade incide
Quem sabe a estampa, fim de quem trama
Eu posso dizer da presidência (que tive):
Que eu não seja um estadista, "Golpista" me chamam
Mas que eu esteja impune enquanto dure
Melhores momentos da sessão de cassação de Eduardo Cunha
"V. Exª disse: 'vou tirar dois presidentes'. E eu acho que vai mesmo"
Para Clarissa Garotinho, Eduardo Cunha é fariseu.
Tchau, "querido"!
A lista dos que defenderam abertamente Eduardo Cunha foi:
Arthur Lira (PP-AL)
Carlos Andrade (PHS-RR)
Carlos Marun (PMDB-MS)
Dâmina Pereira (PSL-MG)
Sr. João Carlos Bacelar (PR-BA)
Sr.ª Jozi Araújo (PTN-AP)
Júlia Marinho (PSC-PA)
Marco Feliciano (PSC-SP)
Paulinho da Força (SD-SP)
Wellington Roberto (PR-PB)
O rol daqueles que o defenderam indiretamente (abstenções) foi:
Alberto Filho (PMDB-MA)
André Moura (PSC-SE) Del. Edson Moreira (PR-MG) Mauro Lopes (PMDB-MG) Saraiva Felipe (PMDB - MG) Laerte Bessa (PR-DF) Rôney Nemer (PP-DF) Alfredo Kaefer (PSL-PR) Nelson Meurer (PP-PR)
Sobre aqueles que votaram contra e se abstiveram, cabe uma estatística curiosa: apenas os senhores João Carlos Bacelar e Jozi Araújo foram contra o processo de destituição da presidente eleita.
O advogado de Eduardo Cunha teve uma atuação bem aquém do esperado. Dotado de um discurso palanquista-eleitoreiro que contrastou com a perícia das palavras do Sr. Eduardo Cardozo, a defesa de Marcelo Nobre balizou-se nas afirmações de que não haviam provas materiais contra seu cliente (ele enfatizava frequentemente a expressão "meu cliente"; não há afeto entre cobras) e que não há como julgar seu mandato do Plenário da Câmara, porque lá havia muitos desafetos do até-então-parlamentar-afastado, o que comprometia a imparcialidade. Afirmou também que a cassação, se consumada, iria lançar um precedente de linchamento.
Bom, contra a Sr.ª Rousseff tampouco havia provas materiais e o Senado estava cheio de desafetos que sequer vetorizaram seu voto em relação ao que foi instruído nos autos; quanto ao precedente de linchamento, esse foi aberto no dia 17 de abril de 2016, televisionado para o Brasil inteiro e Eduardo Cunha só foi uma vítima da caixa de Pandora que ele mesmo havia aberto. Lembra-me muito da história do inventor da guilhotina, o Sr. Joseph-Ignace Guillotin, que morreu guilhotinado. Tristes são as ironias da vida.
Em seguida, o réu no STF subiu na tribuna para defender seu mandato. Outra vez o contraste foi gritante: enquanto a Sr.ª Rousseff saiu engrandecida de seu julgamento, Cunha se rebaixou. Começou seu discurso falando do lado A de sua carreira parlamentar, mas não mencionou sobre o escândalo da Telerj, a qual lhe rendeu demissão da diretoria, o impeachment de Collor e a morte de PC Farias. Afirmou que estava sendo cassado por vingança do PT (UHAUEHAUEHAUEHU), que ter dinheiro em truste não era crime -- só esqueceu de avisar a origem de tanto dinheiro e porque não curte muito pagar impostos-- e afirmou que, sem ele, o processo de destituição da presidente não teria acontecido. Aliás, teve a coragem de afirmar que ter dinheiro em truste não era ter conta no exterior(figuraça...). Disse o ex-presidente da Câmara: "Aliás, marcar uma votação como esta, à véspera do processo
eleitoral, é querer transformar isso num circo. Nós não somos julgadores
por natureza, nós não temos o hábito do julgamento, principalmente
daquilo que é técnico. O Plenário é soberano! O Plenário é soberano."
Agora, a contradita. Marcar uma votação no domingo a tarde e chamar a rede Globo para televisionar ao vivo só não é circo porque os palhaços são pessoas de respeito (exceto o Tiririca). E se a Câmara não tem o hábito do julgamento, por que motivos é condenável julgar a cassação de Eduardo Cunha, mas não a da presidente do país, que tem uma carga representativa gigantescamente maior?
Continuando seu discurso, afirmou: "Nenhum de vocês conhece uma peça de um processo que tem 7 mil páginas! Nenhum conhece! Nenhum conhece!". Cabe-nos lembrar, no entanto, que a própria presidente da República foi julgada pelo "conjunto da obra" por vários senadores e deputados, ignorando completamente a instrução do processo. Tristes são as ironias dessa vida, hein, "querido"?
Cunha citou as denúncias contra Renan Calheiros: "Uma denúncia existente contra o Presidente do Senado está lá há três anos e oito meses, e não é apreciada no Pleno do Supremo". E foi nessa tônica de acusações e queixumes que se defendeu, terminando com aquele choro ensaiado que já havíamos visto anteriormente.
Em seguida, Rodrigo Maia abriu a matéria para discussão. Começou com dois parlamentares falando a favor e dois contra, intercaladamente. O deputado Marun, que defendeu Cunha com unhas-e-dentes, solicitou para que se votasse um projeto de Resolução, com a finalidade de poder separar a cassação do mandato e a perda dos direitos políticos separadamente, justificando que assim havia acontecido com o processo de impeachment. Seus pedidos foram indeferidos pela Mesa e pelo Plenário. Na tribuna, com uma péssima dicção, afirmou que Cunha apenas tinha omitido a vinculação à truste e não merecia a morte política. Outro que defendeu Cunha (mas não teve coragem sequer de votar contra, abstendo-se) foi o Del. Edson Moreira, aquele que aproveitou-se do caso da Eliza Samúdio para lançar-se candidato. Logo que chegou ao púlpito e abriu a boca, o tédio tomou conta de quem ouviu. Uma oratória lastimável para um parlamentar. Parecia que estava bêbado. Afirmou ele que "sua consciência não vai lhe deixar dormir se, por pressão
popular, cassar um deputado assim, usando como mote a mentira".
Pouco antes da votação, Edson Moreira voltou à tribuna e disse que quem
deve julgar Cunha é o STF. "A denúncia no Conselho de Ética é de que
ele mentiu. Não tem prova de mentira."
Somente esses dois tiveram coragem de ir falar a favor do ex-presidente da Câmara, que nunca se encontrou tão isolado. Ao final, depois de proclamado o resultado, Cunha vira para a câmera de alguém que filmava e falou "a querida já foi embora"; a resposta foi um "e o querido está de partida para Curitiba; tchau, querido". O Plenário urrava "Fora, Cunha" ao fundo.
P.S.: Rodrigo Maia presidindo a Mesa é uma tortura. O cara não leva jeito... Sem a altivez necessária, os enfrentamentos entre Marun e o resto do Plenário viraram uma turba anárquica que o presidente da Câmara teve muita dificuldade para estabilizar. |
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
Cunha e sua mulher enfrentam saia-justa em entrevista
Nem a televisão está respeitando mais o Eduardo Cunha. Fica patente isso quando Cabrini foge ao script. Detalhe que a entrevista aconteceu no jardim da casa deles. Já o Moro está procurando o endereço de Cláudia até hoje. A Câmara teve que intimar o cidadão de bem por edital.
É um escárnio!
A segunda semana pós-democracia
sábado, 10 de setembro de 2016
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
Dilma questiona questionamento de Gilmar Mendes no TSE
Advogado de Dilma Rousseff"