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quinta-feira, 18 de julho de 2019

CURVATALKS 03 - TEMPOS DE RESISTÊNCIA




Nesse episódio, iremos receber a ilustre presença de *Carlos Leopoldo Teixeira Paulino*, autor do livro e documentário homônimo “Tempos de Resistência”. Leopoldo iniciou sua militância no movimento secundarista; em 1966 filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e, após o racha do mesmo ano, militou na Dissidência Comunista (DI). Já na Ação Libertadora Nacional (ALN), participou da resistência armada contra a ditadura militar. Preso político, esteve exilado no Chile, na França, Dinamarca, no Panamá e na Argentina Foi preso político pela ditadura de Pinochet em 17 de setembro de 1973. Solto, refigiou-se na Embaixada do Panamá, em Santiago do Chile. De volta ao Brasil, ingressou no Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8) e foi presidente do Comitê Brasileiro pela Anistia em Ribeirão Preto. Após a redemocratização, Leopoldo foi eleito vereador de Ribeirão Preto por seis mandatos. Atualmente milita na Unidade Popular pelo Socialismo, legenda eleitoral organizada pelo Partido Comunista Revolucionário recentemente legalizada pelo TSE. 

Música de abertura: Venceremos, de Quilapayun. Hino da Unidad Popular, coalizão que deu suporte à candidatura e ao governo de Salvador Allende. 

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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Acusação de crimes de guerra contra os Estados Unidos e a Rússia no Tribunal Penal Internacional.


O Tribunal Penal Internacional emitiu análise preliminar no dia 14 acusando os Estados Unidos e a Rússia. O primeiro foi acusado de crimes de guerra e de violações sistemáticas de direitos humanos durante a Guerra contra o Afeganistão – o relatório aponta o emprego de tortura e maus tratos cometidos por forças militares americanas, desde 2003 até 2014, bem como a manutenção de prisões secretas as quais eram cometidas violações sistemáticas de direitos humanos sem sequer haver uma denúncia formal contra os interrogados, utilizando-se de águas internacionais para evitar a jurisdição interna de outros países; já o segundo, foi criticado pela ocupação da Crimeia, o que constituiria agressão contra a integridade territorial da Ucrânia. Se tratasse de duas potências menores, o próximo passo seria estudar sanções internacionais, mas não é o que provavelmente irá acontecer, uma vez que ambos são membros permanentes do Conselho de Segurança. Vladimir Putin reagiu anunciando que denunciará o Estatuto de Roma, que vincula a Rússia ao tribunal, o que demonstra que sua assinatura somente aconteceu para dar uma melhor imagem do país, sem haver qualquer interesse em realmente se submeter à sua jurisdição. Já os Estados Unidos sequer fazem parte do acordo. Nota-se um esvaziamento progressivo no interesse em defender as organizações internacionais e os direitos humanos, sintoma de que a ordem internacional está ruindo. O fracasso do capitalismo abre espaço para o surgimento de um novo período fascista no mundo.

domingo, 22 de maio de 2016

Winter On Fire: Ukraine's Fight For Freedom - review



A Netflix tem apostado pesado em suas produções independentes - e tem sido um caso de sucesso. No caso do Winter on Fire não foi diferente. Trata-se de uma produção belíssima, com uma fotografia exuberante, que joga na cara o quanto o Estado atua como o papel dúbio de representante e opressor do povo.

O documentário trata da insatisfação do povo ucraniano com relação às políticas do presidente Yanukovitch, o qual havia prometido uma maior aproximação com a Europa, não obstante foi do Putin que ficou mais amigo. Velhas fissuras na sociedade emergem dessa problemática, tais como a questão da identidade e o sentimento de pertencimento a uma comunidade.

O vilão maior do filme é a própria repressão do Estado Policial contra a a resiliência democrática de vencer o autoritarismo -- mesmo que a custa de vidas. Salutar é notar a mobilização popular em torno de um "esforço de guerra" para manter a praça ocupada até que o presidente caísse. É interessante notar como que a violência acabou por escalar, indo desde um protesto pacífico de amplas proporções, até à beira de uma guerra civil.


O Estado Policial contemporâneo ocidental não é uma novidade ucraniana, estando presente em vários outros países da Europa, Estados Unidos (políticas antiterroristas e de espionagem), como também no Brasil, como podemos ver na seletividade como a polícia trata as manifestações pró e contra a oligarquia brasileira. O caso mais emblemático é a expulsão das ocupações estudantis sem embasamento jurídico, as leis "antiterroristas" que podem enquadrar as manifestações sociais e populares como crime de terrorismo, e o espancamento de professores que pedem por aumentos salariais, como acontece nos estados de Beto Richa (PSDB-PR) e Geraldo Alckmin (PSDB-SP) -- e a demagogia dos "stormtroopers" tupiniquins que descem o cacete no pobre, no professor e no estudante, e tira selfie/batem continência em manifestações da classe média.

Apesar de a produção de Winter On Fire ser bem tocante, devemos desfazer alguns conceitos unilaterais que talvez possa vir a surgir ao assistirmos o filme. A questão da Ucrânia é muito mais complexa do que a produção possa sugerir. Em primeiro lugar, tomando o país como um todo, não é consenso o alinhamento com a Europa e a identidade europeia. A Ucrânia Oriental é constituída muito mais de russos do que a Ocidental; a resiliência democrática nos protestos não foi consenso, às vezes beirando ao chauvinismo, o que faz nascer o gérmen da xenofobia, no longo prazo. De acordo com o Financial Times, 55% dos manifestantes do Euromaidan era da porção oeste do país e apenas 21% da porção leste. Isso é influenciado em grande medida por Kiev fazer parte da porção ocidental, mas cabe lembrar que o leste é composto de uma população que carrega muito da identidade russa. A fronteira entre os dois mundos faz com que a Ucrânia tenha ares de estado-tampão, nacionalmente artificial, de alta instabilidade e sem uma identidade social homogênea definida.


Yanukovich teve um impeachment controverso e sumário, juridicamente falando. Talvez o maior embasamento que pudesse dar cabo à sua queda seria justamente seus crimes contra a humanidade; porém, o "entreguismo" sumário à União Europeia enraiveceu o lado oriental da força. Como consequência da queda do mandatário, a Rússia anexou silenciosamente a Crimeia - sua intenção era barrar o avanço da Otan rumo à sua zona de influência, revelando uma bipolarização ainda existente entre os dois mundos nucleares, e garantir o controle sobre as bases navais russas de Sebastopol, que agora eram colocadas estrategicamente em xeque. O território já foi alvo de grandes disputas entre a Rússia e o Ocidente no passado, sendo palco da sangrenta Guerra da Crimeia (1863). Durante o governo de Stalin, o território pertencia à República Russa; porém Kruschev, ao iniciar a desestalinização, teve a "brilhante" ideia de anexá-la à República Ucraniana, como reparação pelo Holodomor, causando tensões entre a Federação Russa e a Ucrânia após o debâcle soviético.



Após a queda do presidente, o sucessor interino Alexander Turchnov não teve um perfil moderador dos conflitos leste-oeste, mas alinhou-se completamente à Europa. Cometeu os mesmos erros que o antecessor, mas tendo outra porção da população como vítima: elaborou medidas autoritárias, proibiu o uso do russo como língua oficial e perseguiu  minorias, o que fez surgir manifestações em Luhansk e Donetsk (segunda maior cidade ucraniana), muitos deles inspirados no próprio Euromaidan. A dureza da repressão policial, aliado com o extremismo político, dessa vez mais voltado para a esquerda (consubstanciado nas declarações de independência e constituição de "Repúblicas Populares", nomes que fazem remeter à época da União Soviética) fez a sociedade civil internacional testemunhar uma escalada de violência que culminaria em uma horrorosa guerra civil, algo que quase aconteceu na Praça da Independência. O Ocidente acusa Putin de apoiar os separatistas com mísseis, armamentos e até RH.

Nada desabona Yanukovich de seus crimes de lesa-pátria e contra a humanidade. Seu governo matou pessoas inocentes a sangue frio, utilizou de violência policial desproporcional,e cometeu graves violações de direitos humanos. Mas sempre que olharmos para um documentário de natureza política, devemos questionar a forma como os fatos são apresentados, ou existe alguma base popular que tenha dado suporte - no caso ucraniano, os "glassroots" do presidente fujão estavam bem longe, em Luhansk e Donetsk, o que fez passar o sentimento de "unanimidade" para o povo de Kiev. No mais, o documentário é ótimo, bem-feito, comovente e nos passa, infelizmente, um sentimento de ameaça à democracia e à paz do mundo.

A escuridão do desentendimento está tomando conta da humanidade, tal como em 1914, infelizmente.E mais uma vez, isso acontece graças aos interesses escusos dos grandes empresários.

Nota atribuída ao documentário na Escala Mello-Oliveira: 8,5

Clique em um anúncio (e feche depois, se for o caso). É de graça. O autor agradece =)

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Políticas do governo ilegítimo #3

Relações Exteriores. José Serra pediu estudo de caso para poder fechar embaixadas no exterior, nos países da África e do Caribe, demonstrando que, de fato, o plano PSDB é o de vender o Brasil para os interesses americanos. Abandona-se assim o protagonismo experimentado pelo governo Lula no exterior e o Brasil volta a ser a colônia dos atlânticos de sempre. A medida também afetará os países, pois, por reciprocidade, estes terão que fechar as embaixadas aqui no país.  As relações comerciais serão afetadas e haverá custos com o rompimento de contratos, desmontagem de estruturas e devolução de imóveis. E a credibilidade internacional brasileira perante esses países, que têm se mostrado um lugar de grandes possibilidades para o nosso capital, ficará afetada. Ainda sobre as relações internacionais, lembremos que o único líder mundial que telefonou pro Temer foi um fake: um radialista se passando pelo presidente da Argentina. O Decorativo deve estar chateadíssimo.

Mesmo estando CARECA de saber a quais autoridades se destina, o Chanceler do Golpe aprovou passaporte diplomático para o pastor Samuel Castro Ferreira, da Assembleia de Deus. Para refrescar a memória, a Assembleia é a mesma igreja que foi utilizada por Eduardo Cunha para receber propina, de acordo com denúncia do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Samuel é o responsável pela igreja perante a Receita Federal.


A Prof.ª Flávia Piovesan, da PUC, aceitou o cargo de Secretária dos Direitos Humanos da República das Bananas. O Centro Acadêmico 22 de Agosto repudiou a conduta da docente. Trata-se da primeira mulher a aceitar um cargo de segundo escalão no governo golpista.

Bruna Lombardi rejeitou o convite de Marta Vasconcellos (PMDB) para ocupar o Puxadinho Nacional da Cultura. A atriz deu uma resposta muito educada, afirmando que não tinha pretensões políticas e estava totalmente envolvida com seus projetos profissionais. O medo agora é que a pasta vá parar na mão da própria Marta...


Teve até coralzinho cantando uma versão moderna de Händel, na ocupação dos prédios do Ministério de Cultura. A letra combinou...

O Senador Zezé Perrella, dono do helicoca, falou em entrevista para a BBC no dia 14 que Dilma foi afastada não pelas pedaladas fiscais, mas pelas "vozes das ruas". E ainda ameaçou Temer: se ele não cuidar bem do Senado, ela volta.

O Desenvolvimento Social e Agrário revogou 35 mil moradias do Minha Casa Minha Vida, apesar de o Decorativo ter prometido não mexer nas medidas sociais. Foram duas portarias revogadas, a 178 e a 180.

O "MEC" suspendeu contratos do FIES, ProUni e Pronatec em nove universidades por supostas ilegalidades. O movimento é um teste para ver como a opinião pública absorve as revogações.