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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Bolsonaro: Uma Análise da Corrida Eleitoral Após a Entrevista do Roda Viva



Jair Bolsonaro foi a o Roda Viva no dia 30 de julho. A entrevista era aguardada por militantes de direita e de esquerda, uma vez que o candidato tem fugido de debates e entrevistas como estratégia para manter a sua imagem e seu eleitorado conquistado.  

A entrevista aconteceu conforme esperado; o candidato de extrema-direita demonstrou abertamente o tamanho de seu déficit cognitivo. 

Quando inquirido sobre a mortalidade infantil, o deputado afirmou que isso tem a ver com o nascimento de bebês prematuros, negando fatores sociais como, por exemplo, a pobreza e os fatores sanitários. Afirmou que, para combater a mortalidade, portanto, deveria apostar na prevenção, uma vez que as grávidas não escovam os dentes e nem fazem exames de urina. 

Para desafogar o SUS, sua brilhante ideiaé a de aumentar o emprego, pois assim a tendência por procurar hospitais diminui – essa afirmação pode até ser verdadeira, uma vez que o trabalhador é tão explorado que sequer tem o direito de cuidar da sua própria saúde; este terá que conviver com a saúde até que ela o coloque fora do mercado ou ceife a sua vida. Nesse dia, o sistema o substituirá por outra engrenagem de reposição. Nada estranho sob o sol, é assim que Bolsonaro enxerga a vida do trabalhador brasileiro. 

O candidato negou a dívida histórica do Estado para com os negros, dando a entender que os africanos se escravizavam entre si e que os portugueses jamais pisaram no continente africano – claro, até porque Moçambique e Angola aprenderam o português pelo Telecurso 2000. 

Nada na entrevista do capitão de reserva pode ser aproveitado, uma vez que ele se apoiou em dados falsos e na negação sistemática da realidade. Talvez a alcunha "mito" advenha de uma abreviação para "mitômano", a pessoa que tem compulsão por mentir. 

Apesar de seu show particular de ineficiência intelectual, seus seguidores entenderam que Bolsonaro saiu da entrevista fortalecido - a ignorância é o fator pelo qual estes se sentem representados pelo mitômano. O führer brasileiro é um verdadeiro Midas, capaz de transformar merda em voto (e voto em dinheiro). Seus assessores sabem muito bem que sua base não sabe muita coisa de economia, de saúde e educação; sabem também que, no mundo pós-moderno, a relação sujeito-representante eleito volta a ser feuerbachiana - um espelho. Logo, a ignorância assumida cai muito bem a Jair Bolsonaro. 

A entrevista tem o potencial de aumentar, no curto prazo, suas intenções de voto, mas isso será fogo-de-palha; a campanha ainda não começou e a natureza coronelista brasileira se fará mais forte – Bolsonaro nem sequer conseguiu acertar quem será o seu vice e seu partido não apresenta capilaridade. As alianças regionais ainda ditam as regras de boa parte do processo eleitoral e, por isso, a balança eleitoral da classe média e dos trabalhadores desorganizados penderá para Alckmin, que disputa votos diretamente com o candidato do PSL. O tucano já conseguiu a bênção da direita fisiológica, eufemisticamente apelidadda de "centrão" pela imprensa chapa-branca. 

O MDB tenta triangular ao lançar Henrique Meirelles, não por acreditar na viabilidade de sua candidatura, mas para manter uma equidistância entre Bolsonaro e Alckmin, de forma a manter a porta aberta para uma possível aliança pós-eleição, sem maiores ressentimentos, com deputado falastrão, em caso de zebra. Agora, porém, seus dirigentes devem estar pensando no espaço que perderam com essa estratégia dentro da aliança tucana, uma vez que começa a ficar claro que seu nome é o favorito da burguesia nacional e colonial.  

O candidato de extrema-direita, enfraquecido politicamente, provavelmente não sobreviverá também ao rolo compressor que a imprensa já prepara para o período das eleições. Sem alianças locais, sem tempo de televisão, sua vitória dependerá da capacidade de capitalizar apoio nas redes sociais e de fazer colar o seu discurso vitimista de perseguido pelo sistema. Porém, suas intenções estagnaram e isso se explica pelo fato de Bolsonaro ser o anti-Lula; com a prisão de seu arqui-inimigo, sem alguém para polarizar radicalmente, seu discurso perde força. Deve -se levar em consideração ainda  que sua rejeição chega à marca dos 60%, algo que pode o levar a uma fragorosa derrota ainda no primeiro turno, apesar de liderar, no momento, as intenções de voto – sua megalomania pode significar o fim de seu foro privilegiado e, talvez, uma condenação na justiça comum devido aos inúmeros processos de racismo e apologia à tortura que responde. 

Ciente disso, Jair Bolsonaro já aposta no discurso de fraude eleitoral, devido à ausência do voto impresso, com o objetivo de viabilizar um golpe de Estado. 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Renúncia de Tiririca: A Tragédia do Pobre que Não Tem Consciência de Classe


Tiririca foi à tribuna, pela primeira e última vez, para comunicar sua renúncia ao mandato de Deputado Federal. O parlamentar comentou que teve uma desavença com um outro deputado, que era mais "sujo que pau de galinheiro".

Saiu da Casa com o discurso de "estar de cabeça erguida", pediu mais saúde para o povo e menos ego aos parlamentares, denunciando a corrupção.

Muitos dos grupos de esquerda preferiram lançar uma campanha de desgaste ao palhaço, ao invés de olhar a situação com um olhar crítico. O caso de Tiririca nos sibila uma realidade que a "esquerda" (e digo isso entre aspas porque esquerda que não tem autocrítica renuncia ao progressivismo e não pode ser chamada de esquerda) insiste em se cegar; ao invés, preferem berrar na internet "EU ESTAVA CERTO", em busca de proventos políticos.

Pois bem, é inegável que Tiririca tenha uma origem humilde e, pela sua postura ainda como deputado, principalmente depois de sua fala simples na tribuna, que este não renunciou suas raízes. Não obstante, isso não o impediu de votar a favor da destituição de Dilma Rousseff, contra o trabalhador e a favor da entrega do Pré-Sal ao capital financeiro, tudo dentro das linhas de seu partido, o Partido da República.

Seu discurso de estar de cabeça erguida nos diz algo: ele votou assim porque achava que estava fazendo o melhor para o Brasil. Atrelou a vida difícil do pobre à falta de acesso ao serviço público de qualidade, o qual, por sua vez, é ruim porque há ego e corrupção.

Eis a mensagem: o pobre humilde, mesmo quando parlamentar, acredita que o problema da pobreza é a corrupção e que a mudança pode acontecer simplesmente a partir de uma simples moralização!

O problema é que não são os políticos os reais detentores do poder; são eles apenas os gerentes. Quem manda na porra toda é a classe burguesa, que coopta a política de acordo com seus interesses. Por trás de cada mala de dinheiro, há uma empresa comprando influência; por trás das campanhas de marketing eleitoral, há uma corporação doando enormes somas e isso se aplica também aos partidos de esquerda!

Deve-se reconhecer os limites da democracia burguesa. Devemos lidar com ela, mas sempre tendo em mente de que somos um estranho na festa.

Tiririca é o arquétipo do pobre que, mesmo bem intencionado, poderia muito bem votar em um certo candidato fascista do Rio de Janeiro. Tudo isso porque, sem a consciência de classe, acredita que tudo pode ser simplificado a uma mera "moralização" da política.


terça-feira, 13 de setembro de 2016

Melhores momentos da sessão de cassação de Eduardo Cunha

Silvio Costa denuncia: Apesar de evangélico, Cunha bebe vodka.


"V. Exª disse: 'vou tirar dois presidentes'. E eu acho que vai mesmo"

Para Clarissa Garotinho, Eduardo Cunha é fariseu.

Tchau, "querido"!


O dia de ontem (12/9/16) foi marcado pela queda de Lúcifer votação do processo de cassação do queridinho do MBL Eduardo Cunha. Já era esperado o resultado desfavorável para o ex-Deputado, que agora vai para a Masmorra de Curitiba, mas a amplitude das deserções surpreendeu. Foram 450 votos a favor, 10 que tiveram coragem de dizer que eram contra e 9 que se abstiveram (o que contava como voto contra a cassação, tendo em vista que a perda de mandato e dos direitos políticos requeria maioria absoluta do Congresso Nacional).

A lista dos que defenderam abertamente Eduardo Cunha foi:

Arthur Lira (PP-AL)
Carlos Andrade (PHS-RR)
Carlos Marun (PMDB-MS)
Dâmina Pereira (PSL-MG)
Sr. João Carlos Bacelar (PR-BA)
Sr.ª Jozi Araújo (PTN-AP)
Júlia Marinho (PSC-PA)
Marco Feliciano (PSC-SP)
Paulinho da Força (SD-SP)
Wellington Roberto (PR-PB)

O rol daqueles que o defenderam indiretamente (abstenções) foi:

Alberto Filho (PMDB-MA)
André Moura (PSC-SE)
Del. Edson Moreira (PR-MG)
Mauro Lopes (PMDB-MG)
Saraiva Felipe (PMDB - MG)
Laerte Bessa (PR-DF)
Rôney Nemer (PP-DF)
Alfredo Kaefer (PSL-PR)
Nelson Meurer (PP-PR)

Sobre aqueles que votaram contra e se abstiveram, cabe uma estatística curiosa: apenas os senhores João Carlos Bacelar e Jozi Araújo foram contra o processo de destituição da presidente eleita.

O advogado de Eduardo Cunha teve uma atuação bem aquém do esperado. Dotado de um discurso palanquista-eleitoreiro que contrastou com a perícia das palavras do Sr. Eduardo Cardozo, a defesa de Marcelo Nobre balizou-se nas afirmações de que não haviam provas materiais contra seu cliente (ele enfatizava frequentemente a expressão "meu cliente"; não há afeto entre cobras) e que não há como julgar seu mandato do Plenário da Câmara, porque lá havia muitos desafetos do até-então-parlamentar-afastado, o que comprometia a imparcialidade. Afirmou também que a cassação, se consumada, iria lançar um precedente de linchamento.

Bom, contra a Sr.ª Rousseff tampouco havia provas materiais e o Senado estava cheio de desafetos que sequer vetorizaram seu voto em relação ao que foi instruído nos autos; quanto ao precedente de linchamento, esse foi aberto no dia 17 de abril de 2016, televisionado para o Brasil inteiro e Eduardo Cunha só foi uma vítima da caixa de Pandora que ele mesmo havia aberto. Lembra-me muito da história do inventor da guilhotina, o Sr. Joseph-Ignace Guillotin, que morreu guilhotinado. Tristes são as ironias da vida.

Em seguida, o réu no STF subiu na tribuna para defender seu mandato. Outra vez o contraste foi gritante: enquanto a Sr.ª Rousseff saiu engrandecida de seu julgamento, Cunha se rebaixou. Começou seu discurso falando do lado A de sua carreira parlamentar, mas não mencionou sobre o escândalo da Telerj, a qual lhe rendeu demissão da diretoria, o impeachment de Collor e a morte de PC Farias. Afirmou que estava sendo cassado por vingança do PT (UHAUEHAUEHAUEHU), que ter dinheiro em truste não era crime -- só esqueceu de avisar a origem de tanto dinheiro e porque não curte muito pagar impostos-- e afirmou que, sem ele, o processo de destituição da presidente não teria acontecido. Aliás, teve a coragem de afirmar que ter dinheiro em truste não era ter conta no exterior(figuraça...). Disse o ex-presidente da Câmara: "Aliás, marcar uma votação como esta, à véspera do processo eleitoral, é querer transformar isso num circo. Nós não somos julgadores por natureza, nós não temos o hábito do julgamento, principalmente daquilo que é técnico. O Plenário é soberano! O Plenário é soberano."

Agora, a contradita. Marcar uma votação no domingo a tarde e chamar  a rede Globo para televisionar ao vivo só não é circo porque os palhaços são pessoas de respeito (exceto o Tiririca). E se a Câmara não tem o hábito do julgamento, por que motivos é condenável julgar a cassação de Eduardo Cunha, mas não a da presidente do país, que tem uma carga representativa gigantescamente maior? 

Continuando seu discurso, afirmou: "Nenhum de vocês conhece uma peça de um processo que tem 7 mil páginas! Nenhum conhece! Nenhum conhece!". Cabe-nos lembrar, no entanto, que a própria presidente da República foi julgada pelo "conjunto da obra" por vários senadores e deputados, ignorando completamente a instrução do processo. Tristes são as ironias dessa vida, hein, "querido"?

Cunha citou as denúncias contra Renan Calheiros: "Uma denúncia existente contra o Presidente do Senado está lá há três anos e oito meses, e não é apreciada no Pleno do Supremo". E foi nessa tônica de acusações e queixumes que se defendeu, terminando com aquele choro ensaiado que já havíamos visto anteriormente. 

Em seguida, Rodrigo Maia abriu a matéria para discussão. Começou com dois parlamentares falando a favor e dois contra, intercaladamente. O deputado Marun, que defendeu Cunha com unhas-e-dentes, solicitou para que se votasse um projeto de Resolução, com a finalidade de poder separar a cassação do mandato e a perda dos direitos políticos separadamente, justificando que assim havia acontecido com o processo de impeachment. Seus pedidos foram indeferidos pela Mesa e pelo Plenário. Na tribuna, com uma péssima dicção, afirmou que Cunha apenas tinha omitido a vinculação à truste e não merecia a morte política. Outro que defendeu Cunha (mas não teve coragem sequer de votar contra, abstendo-se) foi o Del. Edson Moreira, aquele que aproveitou-se do caso da Eliza Samúdio para lançar-se candidato. Logo que chegou ao púlpito e abriu a boca, o tédio tomou conta de quem ouviu. Uma oratória lastimável para um parlamentar. Parecia que estava bêbado. Afirmou ele que "sua consciência não vai lhe deixar dormir se, por pressão popular, cassar um deputado assim, usando como mote a mentira". Pouco antes da votação, Edson Moreira voltou à tribuna e disse que quem deve julgar Cunha é o STF. "A denúncia no Conselho de Ética é de que ele mentiu. Não tem prova de mentira."

 Somente esses dois tiveram coragem de ir falar a favor do ex-presidente da Câmara, que nunca se encontrou tão isolado. Ao final, depois de proclamado o resultado, Cunha vira para a câmera de alguém que filmava e falou "a querida já foi embora"; a resposta foi um "e o querido está de partida para Curitiba; tchau, querido". O Plenário urrava "Fora, Cunha" ao fundo.


P.S.: Rodrigo Maia presidindo a Mesa é uma tortura. O cara não leva jeito... Sem a altivez necessária, os enfrentamentos entre Marun e o resto do Plenário viraram uma turba anárquica que o presidente da Câmara teve muita dificuldade para estabilizar.






segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Cunha e sua mulher enfrentam saia-justa em entrevista

É para rir muito, minha gente!



Nem a televisão está respeitando mais o Eduardo Cunha. Fica patente isso quando Cabrini foge ao script. Detalhe que a entrevista aconteceu no jardim da casa deles. Já o Moro está procurando o endereço de Cláudia até hoje. A Câmara teve que intimar o cidadão de bem por edital.

É um escárnio!

sábado, 3 de setembro de 2016

Eleições de Ribeirão Preto - Duarte Nogueira

Duarte Nogueira é o candidato oficial para as eleições de Ribeirão Preto a Prefeito. Já foi o mandatário do executivo da mesma cidade por duas vezes e hoje é deputado federal.

O candidato foi citado na Operação Alba Branca quando era Secretário de Logística e Transporte no governo Alckmin, que investiga fraudes nas merendas das crianças. É sabido que há uma má vontade, tanto da Justiça, quando da Assembleia Legislativa em investigar o escândalo do desvio de dinheiro das merendas escolares. Sua conduta ética é duvidável.

Com relação à atuação parlamentar do candidato, ele não faz parte de nenhuma bancada parlamentar, apesar de ser agrônomo de formação. De suas votações, podemos destacar que votou contra o PL 6446/2013, que dispõe sobre o direito de resposta ou retificação do ofendido por matéria divulgada por veículo de comunicação social. Por algum motivo, parece que os políticos do PSDB não gostam muito da ideia de se poder ter direito de resposta na mídia, mesmo sabendo que esta atua como um poder paralelo na República brasileira.

Aprovou a urgência em se votar o PLP 268/2016, que altera a LC 108/2001, com vistas a modificar a gestão e o processo decisório das entidades fechadas de previdência complementar. As novas regras imporão dificuldades à participação dos representantes dos trabalhadores indicados para compor esses colegiados porque é nato do dirigente sindical a atuação político-partidária em favor da classe trabalhadora e, caso aprovado, estaria impedido de participar da gestão, deixando a previdência complementar à mercê unicamente dos interesses dos empregadores.

Durante a aprovação do programa Mais Médicos, Duarte Nogueira ficou em obstrução, para evitar a votação da matéria. Foi a favor da emenda que colocava em situação laboral desigual os médicos intercambistas com relação aos médicos brasileiros (MP 621), que levava em consideração não o interesse público, mas os interesses da corporação médica.

Lembre-se de como votou o seu candidato antes de votar nele novamente.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Michel Temer: o capitão do golpe

Do Jornal Nexo:

"

O estágio do acordo

As revelações envolvendo os nomes de Michel Temer e José Serra foram feitas em entrevistas preliminares dos réus com membros do Ministério Público Federal. Cerca de 30 executivos da empreiteira, incluindo Marcelo Odebrecht, deram depoimentos em Curitiba.
As entrevistas fazem parte da fase de negociação da delação premiada de executivos da Odebrecht. Nessa etapa, os réus oferecem informações preliminares e a defesa negocia com o Ministério Público a extensão dos benefícios que podem ser concedidos em troca.
Somente em uma etapa seguinte a  Odebrecht se compromete a apresentar extratos bancários que comprovem as movimentações financeiras.
Participaram das entrevistas procuradores da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, e membros da Procuradoria-Geral da República - que cuida das acusações em casos de quem tem foro privilegiado, como José Serra e de Michel Temer.
Pelo menos por enquanto, as citações a Michel Temer e José Serra foram divulgadas apenas pela imprensa, e ainda não são confirmadas pelo Ministério Público. As informações registradas  nessa fase prévia a um possível acordo de delação são sigilosas.

O jantar de Michel Temer

A citação ao presidente interino Michel foi feita, segundo a revista “Veja”, pelo próprio Marcelo Odebrecht. O dono da maior empreiteira do país disse que acertou a doação de R$ 10 milhões em dinheiro vivo ao PMDB em um jantar no Palácio do Jaburu, com Michel Temer e seu agora ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
O jantar teria acontecido em maio de 2014 e os recursos seriam usados nas eleições daquele ano. Segundo o empreiteiro, os R$ 10 milhões saíram do setor da Odebrecht que ficou conhecido como “departamento de propina”.
A assessoria do Planalto confirmou à revista que Temer se encontrou com Marcelo, mas disse que todas as doações feitas ao PMDB foram legais. Ao Tribunal Superior Eleitoral, o partido declarou ter recebido R$ 11 milhões da Odebrecht em 2014."

José Serra: a culpa é do partido


Do Jornal Nexo:
"A delação de executivos da construtora Norberto Odebrecht ainda não foi oficializada, mas já incomoda o governo federal. Informações vazadas pela imprensa recentemente ligam o presidente interino, Michel Temer, e o ministro das Relações Exteriores, José Serra, ao uso de recursos de origem ilegal doados pela empresa. Uma eventual delação da Odebrecht é considerada aquela que tem o mais amplo  potencial de estrago para os políticos.
Os rumores sobre a possível delação de executivos da maior empreiteira do país já agitam Brasília há algum tempo. O acordo chegou a ser comparado pelo ex-presidente da República José Sarney a uma“metralhadora ponto cem”, por seu alto poder de destruição. A conversa, divulgada em maio, foi uma das gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, também delator da Lava Jato.

O estágio do acordo

As revelações envolvendo os nomes de Michel Temer e José Serra foram feitas em entrevistas preliminares dos réus com membros do Ministério Público Federal. Cerca de 30 executivos da empreiteira, incluindo Marcelo Odebrecht, deram depoimentos em Curitiba.
As entrevistas fazem parte da fase de negociação da delação premiada de executivos da Odebrecht. Nessa etapa, os réus oferecem informações preliminares e a defesa negocia com o Ministério Público a extensão dos benefícios que podem ser concedidos em troca.
Somente em uma etapa seguinte a  Odebrecht se compromete a apresentar extratos bancários que comprovem as movimentações financeiras.
Participaram das entrevistas procuradores da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, e membros da Procuradoria-Geral da República - que cuida das acusações em casos de quem tem foro privilegiado, como José Serra e de Michel Temer.
Pelo menos por enquanto, as citações a Michel Temer e José Serra foram divulgadas apenas pela imprensa, e ainda não são confirmadas pelo Ministério Público. As informações registradas  nessa fase prévia a um possível acordo de delação são sigilosas.

O jantar de Michel Temer

A citação ao presidente interino Michel foi feita, segundo a revista “Veja”, pelo próprio Marcelo Odebrecht. O dono da maior empreiteira do país disse que acertou a doação de R$ 10 milhões em dinheiro vivo ao PMDB em um jantar no Palácio do Jaburu, com Michel Temer e seu agora ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
O jantar teria acontecido em maio de 2014 e os recursos seriam usados nas eleições daquele ano. Segundo o empreiteiro, os R$ 10 milhões saíram do setor da Odebrecht que ficou conhecido como “departamento de propina”.
A assessoria do Planalto confirmou à revista que Temer se encontrou com Marcelo, mas disse que todas as doações feitas ao PMDB foram legais. Ao Tribunal Superior Eleitoral, o partido declarou ter recebido R$ 11 milhões da Odebrecht em 2014.

O caixa dois para Serra

Executivos da Odebrecht disseram também a procuradores que a empresa doou R$ 23 milhões à campanha presidencial de José Serra em 2010. Segundo publicou a “Folha de S. Paulo”, o dinheiro não entrou na contabilidade da campanha. Parte dos recursos teria sido paga no exterior.
Oficialmente, segundo o que foi declarado ao Tribunal Superior Eleitoral, a Odebrecht doou R$ 2,4 milhões à campanha de José Serra em 2010. O valor representa pouco, cerca de 10%, perto do que a empreiteira diz ter pago via caixa dois. Na documentação da empresa, que usava apelidos para disfarçar operações envolvendo políticos, Serra era chamado de Vizinho e Careca.
Em nota, José Serra disse que a arrecadação da campanha foi feita de acordo com a legislação em vigor, mas disse que a responsabilidade pelas doações era do PSDB.
"A minha campanha foi conduzida na forma da lei e, no que diz respeito às finanças, era de responsabilidade do partido".

Wladimir Costa, o deputado que não é mais deputado

Muitos ficaram conhecendo Wladimir Costa somente no dia do golpe parlamentar e não digo isso só com relação aos cidadãos, não, mas aos próprios parlamentares. O ex-parlamentar tinha o recorde de ser o mais "doente" de todos, faltando na maioria das sessões, apresentando atestados médicos.

O ex-deputado ficou famoso pelo seu carnaval particular apresentado no Dia da Vergonha Nacional:


Porém, sua alegria não durou muito tempo. Seu mandato foi cassado no dia 08 de julho deste ano de 2016. Eis a notícia, que não ganhou grandes manchetes, no jornaleco G1:

"Segundo o TRE-PA, a Juíza Lucyana Said Daibes Pereira, relatora do caso, concluiu pela existência de gastos não registrados na prestação de contas da campanha no ano de 2014, em um total de R$ 410.800 mil, além de constatar indícios de falsidade em documentos, com base nas acusações do Ministério Público Eleitoral.
O autor do pedido de cassação foi o Procurador Regional Eleitoral do Pará, Bruno Valente, baseado em pareceres técnicos do TRE que apontam o abuso de poder econômico. O procurador afirma que as omissões na prestação de contas impedem a verificação da regularidade da campanha.
“E mais, demonstram total desprezo com a demonstração de regularidade, uma vez que foram identificadas despesas não contabilizadas e, consequentemente, sem comprovação da origem dos recursos arrecadados (caixa dois)”, diz o procurador no processo.O deputado teve a prestação de contas impugnada e rejeitada pelo pleno do TRE em 2014.
Wladimir Costa declarou que gastou R$ 642.457,48 durante sua campanha à Câmara Federal, mas segundo o MPE, o candidato deixou de declarar R$ 149.950,00 em despesas de material gráfico, além de mais de R$ 100 mil em despesas efetuadas entre julho e setembro do ano eleitoral de 2014, que não constam na prestação de contas..
'Deputado dos confetes'
Wladimir Costa exerce seu quarto mandato na Câmara e recentemente se destacou durante as sessões de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, quando estourou um rojão de confetes durante seu discurso alegando que o governo do PT dava "um tiro de morte" no coração do povo brasileiro. O deputado usou o recurso em duas outras oportunidades, inclusive durante seu voto favorável ao impeachment durante a votação na Câmara.

No mês de junho, o deputado surpreendeu os aliados e opositores ao votar no Conselho de Ética pela cassação do mandato do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mesmo após ser considerado um voto certo favorável à manutenção na presidência."

Marcos Feliciano, o estuprador

Um caso cheio de reviravoltas está acometendo o moralista deputado Marcos Feliciano.

Do jornal Nexo:

referência: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/08/08/Marco-Feliciano-e-caso-de-acusa%C3%A7%C3%A3o-de-estupro-informa%C3%A7%C3%A3o-e-desinforma%C3%A7%C3%A3o

"A estudante de direito Patricia Lélis, de 22 anos, está no centro de um caso cheio de reviravoltas que envolve evidências de tentativa de estupro, assédio sexual e agressão por parte do deputado Marco Feliciano, do PSC, além de coação, sequestro e ameaças de morte da parte de seu chefe de gabinete, Talma Bauer.
O excesso de informações desencontradas manteve a história relativamente confusa nos últimos dias. Embora a maioria dos grandes jornais do país tenha noticiado a detenção para interrogatório do assessor de Marco Feliciano, na sexta, o único veículo que está investigando a história é o blog Coluna Esplanada, do jornalista Leandro Mazzino, do UOL.
No entanto, embora a narrativa pareça desencontrada, as provas apresentadas por Lélis e as declarações do delegado que está investigando parte da denúncia em São Paulo já permitem traçar uma linha do que aconteceu.

A cronologia

24 de julho

  • A história veio à tona pela primeira vez no blog Coluna Esplanada, do jornalista Leandro Mazzini, que tem acompanhado o caso. Na ocasião, ele não mencionou o nome do deputado ou da vítima.

2 de agosto

  • Mazzini publica a história completa, dessa vez apontando Marco Feliciano como o agressor. Acompanhando a matéria, seguem prints de conversas no Whatsapp e no Telegram entre a vítima e o deputado. Nelas, há evidências de que a jovem sofreu violência sexual por parte de Feliciano.
  • Patricia Lélis publica nas redes sociais dois vídeos em que acusa o jornalista de forjar a história para incriminar Feliciano e nega a acusação de estupro. Eles são apagados em seguida, no mesmo dia.
  • Mazzini reporta que se encontrou com a mãe da vítima em Brasília. De acordo com o jornalista, ela disse que viu a filha com a boca machucada e uma mancha roxa na perna no dia da agressão, 15 de junho. Além disso, a mãe também disse que a estudante havia ligado de São Paulo e pedido a ela o número uma conta bancária jurídica, ligada a um CNPJ, para que fosse feito um depósito. Isso teria feito com que ela decidisse ir para São Paulo encontrar a filha e entender o que estava acontecendo.

3 de agosto

  • No blog, Leandro Mazzini publica o áudio de uma longa conversa entre Lélis e Talma Bauer, chefe de gabinete de Marco Feliciano. Nela, Bauer não nega as acusações de Lélis e se comporta como se estivesse completamente ciente das acusações - e da veracidade delas. A conversa aconteceu em algum momento anterior ao dia 24 de julho, quando a história foi publicada pela primeira vez. Bauer confirma à coluna que se reuniu com Lélis, mas alega que o teor do áudio pode ser fruto de uma montagem.

5 de agosto

  • A vítima divulga que fez um boletim de ocorrência e prestou depoimento à Polícia Civil de São Paulo.
  • O assessor de Feliciano, Talma Bauer, é detido para interrogatório e liberado.
  • Em entrevista em vídeo à revista Veja SP, Lélis conta os detalhes da agressão e da coação e sequestro por parte de Talma Bauer.

6 de agosto

  • O site de notícias evangélico Gospel Prime publica um texto com prints de Whatsapp que mostram Lélis na posição de assediadora e Feliciano na de vítima. No entanto, ao contrário dos prints originais, aqueles que incriminam o deputado, esses têm horários de mensagens e outros detalhes que não são consistentes, o que reforça suspeitas de que sejam forjados.

Os detalhes da acusação

Patrícia Lélis era militante do Partido Social Cristão, presidido por Pastor Everaldo, que foi candidato às eleições presidenciais em 2014. Além disso, a jovem é famosa divulgadora das ideias da bancada evangélica nas redes sociais, especialmente a defesa da pauta contra a legalização do aborto e contra vários outros temas associados ao movimento feminista. Antes de sua página ser tirada do ar, segundo ela pelo assessor Talma Bauer, Lélis tinha mais de 100 mil seguidores.
Ela contou ao blog Coluna Esplanada e, depois, em depoimento oficial à Polícia Civil, que foi convidada por Marco Feliciano para uma reunião com a juventude do PSC no apartamento do deputado, em Brasília, na manhã do dia 15 de junho.
Disse que, chegando lá, não havia outras pessoas no apartamento e Feliciano teria lhe oferecido um cargo comissionado no PSC com salário mensal de cerca de 15 mil reais para que ela se tornasse sua amante. Diante da recusa da jovem, o deputado a agrediu com socos e pontapés, tentou beijá-la à força e levantou sua saia.
O relato de Lélis dá conta de que ela só teria conseguido fugir do apartamento de Feliciano porque seus gritos foram ouvidos por uma vizinha, que bateu na porta. O deputado então a teria deixado ir.
Os prints divulgados como prova por Lélis, na cronologia, são de uma conversa que aconteceu logo em seguida à agressão.

Reunião com o PSC

Depois disso, ela conta ter se reunido com dirigentes do partido para denunciar o caso. Eles teriam lhe oferecido um valor em dinheiro para que ela desistisse de denunciar a agressão de Feliciano.
Diante de sua recusa em aceitar o pagamento para silenciar, ela foi procurada pelo assessor de Feliciano, Talma Bauer. O resultado disso foi um encontro cujo teor foi gravado em áudio e divulgado também pelo Coluna Esplanada.
Nessa conversa, a jovem afirma não ter ido antes à polícia denunciar o caso por receio de como isso impactaria sua atuação dentro do partido. Nela, o assessor tenta convencê-la a “botar uma pedra” sobre o caso.

O que aconteceu quando ela veio a público

Lélis disse em depoimento que um jornalista chamado Emerson Biazon teria oferecido a ela a chance de fazer entrevista para uma vaga de emprego em São Paulo. Com passagens e hospedagens pagas por ele, segundo Lélis, a jovem veio de Brasília para São Paulo no dia 30 de julho.
Ao chegar ao hotel, conta, se deparou com Talma Bauer. Lélis afirma que foi mantida em cativeiro por ele no hotel - e que o chefe de gabinete de Feliciano, armado, a coagiu a gravar os dois vídeos em que ela nega a violência que sofreu.
A estudante também contou, em depoimento, em entrevista coletiva no dia 8 de agosto e ao Coluna Esplanada, que Bauer queria que ela fizesse uma coletiva em que admitiria estar apaixonada pelo deputado e ter inventado a história.
A jovem teria escapado com a ajuda da mãe, que decidiu visitá-la em São Paulo ao perceber que havia algo de errado, e de repórteres que estavam no hotel para entrevistá-la, segundo ela. O caso, que já estava em posse do jornalista Leandro Mazzini, foi divulgado por ele porque a estudante passou dias sem se comunicar com o repórter - e Mazzini temia por sua segurança.
É essa a denúncia que a Polícia Civil de São Paulo está investigando - e por isso a detenção de Talma Bauer para depoimento. O delegado responsável pelo caso enviou o boletim de ocorrência a Brasília: para investigar Marco Feliciano, que é deputado e tem foro privilegiado, é preciso uma autorização especial.
Só depois que seu assessor foi convocado a depor, Marco Feliciano se pronunciou sobre o caso, em um vídeo que gravou ao lado da esposa. Nele, o deputado nega as acusações, diz que “perdoa” Lélis e que tem segurança de que a justiça “de Deus e dos homens” vai “mostrar a verdade”.

O que falta explicar

Apesar de ser possível amarrar alguns dos pontos do caso, ainda sobram muitas questões não explicadas.
  • No dia 28 de junho, Marco Feliciano discutia no Twitter com o ator Gregorio Duvivier. Ele postou, por engano, um printdo Whatsapp de uma conversa com Patricia Lélis, que apagou em seguida. Duas das mensagens são fotos pessoais, uma delas íntima. Trata-se também de um dos prints divulgados pelo site Gospel Prime em agosto para incriminar a vítima. Esse episódio sugere, no mínimo, que os dois já se conheciam, ao contrário do que disse o deputado.
  • A participação de Emerson Biazon no caso é uma das questões ainda obscuras. Ele teria ido a Brasília ao encontro de Lélis, oferecido a ela a vaga de emprego em São Paulo e a convencido a não fazer um boletim de ocorrência sobre o caso. O que há de novo é que, no fim do depoimento de Lélis à polícia, Biazon disse ao delegado que havia recebido R$ 20 mil em dinheiro de Talma Bauer pelo silêncio da jovem. Ela, no entanto, diz que não autorizou Biazon a receber dinheiro em seu nome. Esse dinheiro, ainda sem dono, está em posse da Polícia Civil paulista.
Agora, os advogados de Lélis vão pedir à Procuradoria Geral da República os vídeos das câmeras do prédio onde fica o apartamento funcional de Marco Feliciano. A jovem afirmou em coletiva de imprensa no dia 8 de agosto que essas imagens provam que ela esteve no apartamento do deputado na data da agressão."
Cabe lembrar que Marcos Feliciano votou a favor do golpe parlamentar, justificando seu voto em favor de sua família, do MBL, de deus, e dos evangélicos do Brasil (mas não falou nada de pedaladas...):

Quando o moralismo é de mais, a moral é de menos.