quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Presente de Natal



Michel Temer presenteou os brasileiros com a mais bem acabada forma de perseguição aos trabalhadores. Enquanto liberava saques pífios de FGTS no limite de até R$ 1.000,00, Temer anunciou que os trabalhadores poderão trabalhar até doze horas por dia. Sim, até porque trabalhar é preciso, viver não é preciso.

A esperança do governo é "salvar a economia", isso é, dar continuidade ao ciclo de acumulação de capital nas mãos de meia dúzia enquanto o resto da população trabalha feito escravo e ainda sente a necessidade de estar agradecido, pois "pelo menos está trabalhando". Com muita malícia, o desinterino disse que a reforma é um "belíssimo presente de Natal" para o governo.

Além das doze horas diárias, Temer defende que os patrões negociem diretamente com os empregados, o que, na prática, dá aos grandes empresários a chance de fazer o que quiser com os subordinados, uma vez que, sem o peso da solidariedade dos trabalhadores, dificilmente alguém vai ser forte o suficiente para contrapor a sanha acumulista do patrão sozinho. Se não aceitar os termos deste, ponha-se na rua, afinal, há tanta gente desempregada que o que não quer se entregar à escravidão certamente não fará falta.

E horário para almoço também é besteira. O bom empregado, além de trabalhar doze horas, de ficar silente na negociação de seu salário, pode comer em trinta minutos e logo voltar a trabalhar. É isso que diz aqueles que NUNCA colocaram a mão na massa. Vagabundos são os empresários e políticos!

Já passou da hora dos trabalhadores tomarem os meios de produção.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Estudantes revoltados com a aprovação da PEC 55 e com a repressão do Estado avançam sobre Brasília

Mesmo após a violência desmedida desencadeada pelos policiais na votação em primeiro turno da PEC 55 no Senado Federal, estudantes e demais movimentos sociais foram até Brasília para manifestarem-se contra o projeto.

Vislumbrando a possibilidade de haver manifestações, o senador que ocupa a presidência do Senado Federal, Renan Calheiros, juntamente com o ocupante do Ministério da Justiça e ex-advogado do PCC, Alexandre Moraes, proibiram a circulação em toda a Esplanada dos Ministérios. Renan Calheiros mudou o horário da votação de última hora, de forma a confundir os movimentos sociais e assim esvaziá-los. A tática deu certo. Além disso, a Polícia Militar, o Exército e a Força Nacional disponibilizaram um contingente de duas mil pessoas para conter uma multidão de... duas mil pessoas.

Não bastasse o cerceamento da liberdade de reunião (Constituição Federal, art. 5.º, XVI) e da liberdade de locomoção (art. 5º, XV), a força pública agiu com extrema truculência contra os ativistas que estavam presentes na Biblioteca Nacional, reprimindo-os fortemente com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, sem estes terem ao menos local para evacuar. Começou a haver diversas prisões arbitrárias.


Após a aprovação da PEC, a qual mais de 60% da população brasileira desaprova, em meio a uma chuva de gás e de balas de borracha, os estudantes resolveram deixar os protestos pacíficos e partiram para a ação direta, atirando objetos nos policiais e atacando o patrimônio público e privado. Não se tratava de baderneiros, de "vagabundos", de "criminosos", mas sim de manifestantes indignados pela forma como os ocupantes do governo patrocinaram e o Congresso aprovou o diploma constitucional, que, na prática, revoga a Constituição de 1988, trocando o Estado de Justiça Social pelo Estado Normal - subserviente, regressivo e destrutivo.

Uma parcela da população não concordou com a abordagem dos manifestantes, alegando que eles deveriam saber dialogar com o governo e não cometendo "graves violações de direitos da vidraça" [sarcasmo]; de outro lado, os manifestantes alegam que o próprio governo não quer dialogar e que eles não aceitarão calado e isso tem-se provado verdade, devido aos métodos ardis que a cúpula política que apoia Michel Temer tem empregado para calar as vozes da rua, seja abreviando discussões públicas, trocando horários de votações, defendendo mandato de senador corrupto para presidente da casa, realizando sessões extraordinárias (contrariando o Regimento Interno), ou com a repressão e cerceamento das liberdades de reunião, manifestação do pensamento e do direito de ir e vir.

Os manifestantes quebraram vidraças, pontos-de-ônibus, fachadas de banco, carros caros e atearam fogo em um ônibus -- tudo patrimônio de gente que consegue arcar com as despesas. Devemos lembrar que as empresas de ônibus, além de não raramente fornecerem um péssimo serviço à população, são as maiores máfias do Brasil; já os bancos foram os que patrocinaram diretamente a aprovação da PEC do Fim do Mundo; graças a eles, os pobres passarão penúria por não terem acesso à educação e saúde de qualidade e a classe média falirá por não ter para quem vender, vendo, inclusive, sua renda depreciar para ter que pagar escola privada para os seus filhos, uma vez que as mensalidades certamente subirão daqui para frente, devido à procura. Os bancos financiaram sim essa PEC, pois agora o Orçamento Público ficará comprometido em manter o pagamento de juros exorbitantes de 14%. Um ônibus queimado e algumas vidraças apedrejadas é muito pouco para o que o governo fez com a população.

60 pessoas foram detidas, sendo a maioria de forma arbitrária, antes de começar a ação direta.





Em São Paulo, diante do mesmo quadro de censura e de imposição do Estado, revoltados com a provocação da FIESP, principal financiadora do golpe especialmente pelo seu presidente corrupto, Paulo Skaf, delatado pelos dirigentes da Odebrecht, a Frente Povo Sem Medo quebrou a fachada de sua sede.






Ao ser questionado sobre a ação, o coordenador do movimento Guilherme Boulos disse aos Jornalistas Livres:

"É preciso saber quem é a FIESP. O que a FIESP tem feito contra o povo brasileiro no último período. A FIESP patrocinou este golpe assim como já tinha patrocinado o golpe militar de 1964. A FIESP foi quem bancou inclusive essa PEC que congela investimentos sociais do povo brasileiro, defende perda de direitos trabalhistas, defende a reforma da previdência, defende a destruição do povo brasileiro. A FIESP é contra o povo brasileiro. Por isso o nosso entendimento é que algumas vidraças quebradas não são nada perto do danoq ue eles tão fazendo ao povo trabalhador desse país"

Em Belo Horizonte, a Polícia atacou covardemente, pelas costas, os manifestantes que atuavam de forma pacífica. Mesmo assim, tem pessoas que, do conforto do ar condicionado de casa, acha que são os manifestantes que não sabem conversar.


quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

MBL sai em defesa de Aécio Neves


Depois da foto do namoro entre Sérgio Moro e Aécio Neves viralizar na internet, durante o evento mais chapa-branca do ano, a das premiações da IstoÉ, na qual somente constava políticos do PMDB e PSDB (entre eles o próprio Moro) o Movimento Brasil Livre saiu em defesa do senador tucano nas mídias sociais:


Contra o "argumento" visual do MBL, internautas postaram a réplica:



E viva o sofisma dos memes!

A tempo: é sempre bom lembrar que o Lula, ou o Eduardo Cardozo, ou a Dilma, ou o Haddad, não são juízes em uma Operação onde o Aécio é investigado. E nenhum deles demonstrou tanta familiaridade, tanto amor, quanto Sérgio Moro...