1) Primeira Guerra Mundial
2) Segunda Guerra Mundial
3) Guerra Fria
4) Conflitos de interesse final do século XX e início do século XXI
Para tratarmos da Primeira Guerra Mundial, devemos primeiramente nos remeter ao Congresso de Viena, que colocou fim nas guerras napoleônicas. Napoleão empregou uma tática muito parecida ao Plano Schlieffen, utilizado pela Alemanha nas duas Guerras Mundiais. A tática consistia em controlar o continente europeu para ter espaço vital para competir contra a Inglaterra.
A bem da verdade, o "Plano Schlieffen" não chegou a ser sistematizado por Napoleão Bonaparte, uma vez que a Geopolítica em si tampouco existia. Porém, o aparente anacronismo desaparece quando temos em mente que o que está por trás do plano de dominação mundial francês e alemão é algo que pode ser induzido com grande intuição, especialmente para os países europeus nessas épocas. Tratava-se, em última instância, de tentar reconstruir um Novo Império Romano.
Fig. 1: Expansão Napoleônica
Assim como na época de Wilhelm II e Hitler, o exército europeu é vencido pelo inverno e pela resiliência russa.
O Congresso de Viena foi o fórum de negociação do pós-guerra onde as grandes potências decidiram como seria a nova ordem mundial emergente depois da queda de Napoleão. As grandes potências que mandariam no mundo daí por diante foram:
o Império Britânico (a potência hegemônica da época)
o Império Francês (potência derrotada que foi reintegrada ao consórcio mundial em 1823)
o Império da Prússia (que posteriormente viria a ser o Império Alemão)
o Império Czarista da Rússia
e o Império Habsburgo (os descendentes do Império Sacro-Germânico, também conhecidos como Império Austro-Húngaro)
Como podemos perceber, juntando os mapas de todos os impérios, não havia muito mais o que ser conquistado no mundo, perto de 1914. A maior fonte de conflitos ficava justamente na junção entre os impérios austríaco, alemão e russo, qual seja, o Império Otomano, o qual era subserviente aos impérios britânico e francês, por ser entreposto comercial e ponto estratégico para o Oriente. O Império Otomano desmantelou após a Primeira Guerra e o que foi o seu território é, ainda hoje, fonte dos maiores conflitos geopolíticos mundiais -- vide Síria, ex-Iugoslávia, Iraque, Irã, etc...
O primeiro conflito sério por causa de "cerca colonial" aconteceu na Guerra da Criméia, a qual opôs a Rússia contra otomanos+britânicos+franceses+Reino da Sardenha (que depois comporia a Itália). Moscou sempre considerou a Crimeia como parte de seu espaço vital (até hoje é assim, como podemos ver na anexação silenciosa promovida por Vladimir Putin em 2014). Os russos expandir o controle para o Mar Negro e assim expandir sua marinha e talvez conquistar os estreitos de Bósforo e Dardanellos (eu sei que parece nome de personagem de Alice no País das Maravilhas, mas os trem se chamam isso mesmo). Perdeu feio. Após isso, as tensões entre as grandes potências viriam sempre de suas colônias, quer sejam formais, quer sejam informais.
Otto von Bismarck unificou a Alemanha e projetou-a mundialmente por meio de seu sistema de alianças e da Realpolitik. Em meio às críticas do novo imperador, Wilhelm II, deixou a chancelaria em 1890 e o paradigma de relações internacionais foi trocado pela Weltpolitik, que consistia em uma corrida colonial sem interesses pragmáticos. O erro do novo imperador era fazer-se valer de uma diplomacia de prestígio irracional, da mesma forma como o francês Napoleão III havia feito.
A Weltpolitk levava em consideração basicamente a ideia geopolítica de Friedrich Ratzel (Lebesraum - espaço vital), na qual quem conseguisse conquistar a Ilha-Mundo (i.e. Europa, ex-império Romano), governaria o mundo. A estratégia-primeira então era dividir para conquistar e a primeira vítima da nova política internacional alemã seria a França. Para testar a aliança franco-britânica e na tentativa de fomentar atrito entre as duas potências, valendo-se da estatuinte marroquina após sua independência informal, Berlim lutou para que o país fizesse uma declaração formal de independência e queria fazer com que seus interesses comerciais fossem assegurados. Logrou sucesso na primeira questão, mas foi uma vitória de Pirro, uma vez que a Grã-Bretanha ficou do lado francês, fazendo os "germanos" voltarem diplomaticamente humilhados para a casa. O Marrocos, como se pode ver, é um país bem estratégico entre a África e a Península Ibérica:
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