quinta-feira, 24 de março de 2016

A lista de Odebrecht

O "trend topic" do dia de hoje é a lista de beneficiários da Odebrecht que foi tornada pública. Vários nomes da política, mais de 200 parlamentares, prefeitos de capitais, entre outros nomes estão arrolados na planilha.

Ao contrário do grampo ilegal que expôs a vida privada do senhor Lula, o juiz Sérgio Moro decretou sigilo aos documentos apreendidos e é difícil ver esse ato sem pensar que os nomes de Lula e de Dilma não figuram dentre eles. Qual seria o enfoque se pelo menos o nome de Lula estivesse lá?

O documento praticamente pôs abaixo a República. Virtualmente todos os partidos com representação no Congresso estão envolvidos nas doações da Odebrecht, muito embora ainda seja cedo para falar o que foi propina e o que foi doação legal. No entanto, o impacto social é grande; pessoas que trabalham com assessoria em Brasília dizem que o clima é o de terra arrasada.

Aproveitando-se da situação, o Partido Socialismo e Liberdade (PSol) vangloriou-se de ser o único a não ter nenhum nome lá; no entanto, o Senador Randolfe Rodrigues era PSol na época do esquema. Hoje ele é Rede, o que faz com que praticamente todos os partidos tenham mãos sujas.

O Jornal Nacional deu pouca atenção à lista, que é muito mais indiciosa que os grampos, os quais tiveram reportagens de 40 minutos, praticamente uma lavagem cerebral. Não quis citar nomes, dizendo que seria injustiça falar de uns sem falar dos outros -- como se não fosse de interesse público pelo menos saber quais são os ministros e presidentes parlamentares envolvidos.

O senhor Marcelo Odebrecht falou que irá depor e falar como funcionava tudo. Um dia antes, o ministro Teori criticou a atuação de Sérgio Moro, impôs sigilo às gravações e impediu a remessa dos autos para o Paraná até a reunião do STF, que referendará ou não a liminar contra a posse do ex-presidente. Na prática, o ato do relator impede em partes a eficácia do despacho do ministro-coronel Gilmar Mendes.

Teori afirmou que o papel do juiz é o de trazer a estabilidade social, e não trazer mais desordem. Criticou a ilegalidade dos grampos, baseando tirar o sigilo unicamente em interesse público. E defendeu o foro por prerrogativa de função da presidente Dilma.

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