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O estágio do acordo
As revelações envolvendo os nomes de Michel Temer e José Serra foram feitas em entrevistas preliminares dos réus com membros do Ministério Público Federal. Cerca de 30 executivos da empreiteira, incluindo Marcelo Odebrecht, deram depoimentos em Curitiba.
As entrevistas fazem parte da fase de negociação da delação premiada de executivos da Odebrecht. Nessa etapa, os réus oferecem informações preliminares e a defesa negocia com o Ministério Público a extensão dos benefícios que podem ser concedidos em troca.
Somente em uma etapa seguinte a Odebrecht se compromete a apresentar extratos bancários que comprovem as movimentações financeiras.
Participaram das entrevistas procuradores da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, e membros da Procuradoria-Geral da República - que cuida das acusações em casos de quem tem foro privilegiado, como José Serra e de Michel Temer.
Pelo menos por enquanto, as citações a Michel Temer e José Serra foram divulgadas apenas pela imprensa, e ainda não são confirmadas pelo Ministério Público. As informações registradas nessa fase prévia a um possível acordo de delação são sigilosas.
O jantar de Michel Temer
A citação ao presidente interino Michel foi feita, segundo a revista “Veja”, pelo próprio Marcelo Odebrecht. O dono da maior empreiteira do país disse que acertou a doação de R$ 10 milhões em dinheiro vivo ao PMDB em um jantar no Palácio do Jaburu, com Michel Temer e seu agora ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
O jantar teria acontecido em maio de 2014 e os recursos seriam usados nas eleições daquele ano. Segundo o empreiteiro, os R$ 10 milhões saíram do setor da Odebrecht que ficou conhecido como “departamento de propina”.
A assessoria do Planalto confirmou à revista que Temer se encontrou com Marcelo, mas disse que todas as doações feitas ao PMDB foram legais. Ao Tribunal Superior Eleitoral, o partido declarou ter recebido R$ 11 milhões da Odebrecht em 2014."
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