sexta-feira, 8 de março de 2019

CurvaCAST 6 - Carnaval é Mais, Bolsonaro é Menos.

O carnaval foi um período de ressaca moral para Jair Bolsonaro. Os foliões saíram as ruas e marcaram o tom de protesto do carnaval mais político depois da Redemocratização. Magoado, o presidente trapalhão resolveu partir para o ataque e publicou, no Twitter, sem tarjas, nem censura, uma cena de um bloco de rua no qual um folião introduz um dedo no ânus e depois um outro faz um golden shower. Após as manifestações, o presidente posta, para troçar, a frase "O que é golden shower?"

A reação no mundo político foi negativa até mesmo para os setores conservadores. Os deputados Kim Patroca e Fernando Bispo, dois conhecidos militantes de um movimento financiado pelos Estados Unidos para tirar a esquerda do poder e, assim, facilitar a imposição da agenda neoliberal, condenaram as postagens do presidente e alegaram que tal postura não é coerente com a de um conservador; Miguel Reale Júnior, redator do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, integralista enrustido, foi além e disse que tal falta de decoro era passivo de pedido de destituição, citando o art. 9º da Lei 1.079/1950:
"7)[é crime de responsabilidade contra a probidade na administração] proceder de forma incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo".
O carnaval, no entanto, é maior que isso. É maior que Bolsonaro. É maior do que essa ofensiva chula que tenta deslegitimar a festa do Povo a partir de um ato que, levado ao extremo, pode, no máximo, ser considerado um atentado ao pudor. Publicar esse ato num perfil oficial, com milhões de seguidores, alguns menores de idade, no entanto, é um crime muito pior: é um ultraje público ao pudor.

Nesse episódio do CurvaCAST, iremos abordar não somente a postura infantil e jihadista do presidente, mas também o significado dessa estrondosa festa popular, o carnaval; uma festa na qual o povo extravasa todo o grito que fica enrustido durante o ano inteiro em seu peito.




 

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