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terça-feira, 12 de novembro de 2019

CurvaCAST 22 - Golpe na Bolívia e Lula Livre



Editorial
No último dia 10 de novembro, Evo Morales renunciou ao mandato de Presidente da República Plurinacional da Bolívia, após violentos protestos patrocinados pela direita e um “pedido” das Forças Armadas. Um sujeito oportunista que surgiu com o golpe é Luis Fernando Camacho, uma espécie de Bolsonaro da Bolívia, membro do “Comitê Cívico pró-Santa Cruz”, que é uma organização fascista que surgiu em Santa Cruz de la Sierra para conservar o espírito colonizador do branco boliviano, que se acha herdeiro direto do europeu, em contraposição aos povos andinos.

A clivagem entre brancos e indígenas existe nos países que foram invadidos pela Espanha através de uma lógica própria, que difere um pouco da cultura brasileira, uma vez que os indígenas participam de maneira mais direta na política dessas nações, tanto que conseguiram emplacar um presidente da República. Lá, os indígenas são franca maioria, compondo 55% da população, ao passo que os brancos são apenas 15%; o que faz a Bolívia ser tão explosiva, no entanto, é o fato que a minoria branca é a detentora da riqueza, enquanto a maioria vive na pobreza ou em uma vida modesta.

A Bolívia apresenta um enorme histórico de golpes e mandatos inconclusos (o fato do nome do prédio presidencial se chamar Palácio Quemado não é à toa). Evo foi o presidente que mais tempo conseguiu ficar no poder - a média de ocupação no cargo da presidência na história pós-Segunda Guerra da Bolívia é de dois anos e meio; Evo conseguiu se manter por treze anos, superando, inclusive, o nazista e ditador Hugo Banzer, sendo que este último, por muito tempo governou sem precisar se eleger e com forte aparato repressivo.

Evo renunciou após grupos financiados pelos Estados Unidos insuflar a população a se insurgir, devido a denúncias de supostas fraudes nas eleições que deram a vitória em primeiro turno ao presidente bolivariano; a Polícia foi a primeira organização a aderir ao golpe, enquanto as Forças Armadas se negavam a prestar apoio a Evo. Casas de políticos ligados ao Movimento al Socialismo foram incendiadas; a prefeita da cidade de Vinto, Patricia Arce Guzmán, foi agredida e humilhada em público, sendo pintada de vermelho, obrigada a andar descalça por horas e tendo seu cabelo cortado. Eventos como este demonstram o caráter fascista do levante. Camacho, quando adentrou ao Palácio Quemado, estendeu a Bíblia sobre a bandeira boliviana e começou a invocar Jesus Cristo! (lembremos que a maioria da população não é cristã!). Os presidentes do Tribunal Superior Eleitoral foram feitos reféns por homens encapuzados com o uniforme da polícia boliviana.

O interessante deste golpe é que ele vem durante uma época de maresia na economia boliviana. Duas semanas antes do acontecido, a BBC publicou um artigo, que foi reciclado após a renúncia, intitulado “O que está por trás do sucesso econômico da Bolívia da era Evo Morales?”. O conflito social emergiu por puro reacionarismo de setores da extrema-direita diante de uma “desculpa”, uma acusação de fraudar mais de 10% dos votos válidos nas eleições gerais. A Organização dos Estados Americanos, quintal oficial dos Estados Unidos, teve um importante papel na escalada dos protestos, quando decidiu adiantar o resultado de seu parecer, mesmo antes de haver concluído a auditoria, ainda que a Bolívia estivesse caminhando para um clima de pacificação, como se importasse com o timing de quem promovia os protestos. É interessante a nota à imprensa do organismo do dia 11, onde conclama a Assembleia Nacional a organizar novas eleições e, ao mesmo tempo, e mesmo com os inúmeros casos de violência contra os indígenas, coloca mais lenha na fogueira, pedindo a continuidade da investigação das fraudes, por parte da justiça boliviana, “até as últimas consequências”, adotando uma postura pouco diplomática e até mesmo intervencionista.

Grupos que apoiam Evo Morales deram um ultimato de quarenta e oito horas aos golpistas, enquanto organizavam uma marcha para La Paz. Durante o caminho, ouvia-se o brado da multidão “Ahora sí, guerra civil”, “Evo no está suelo” e “Evo vencerá”. No percurso, tropas passaram a atirar à chumbo na população, matando ao menos três pessoas, entre elas uma criança.

Os governos do México, da Rússia, da China e do Uruguai denunciaram o golpe de Estado na Bolívia; no Brasil, mesmo com a quartelada, com o ultimato das Forças Armadas e com a barbárie tomando as ruas, os jornais evitam usar a palavra “golpe” e preferem amenizar com “renúncia”. Evo Morales seguiu para o asilo político após o México lhe oferecer seu território. A Rússia mandou um recado ao Brasil através de uma nota diplomática pedindo encarecidamente para ele não se intrometer nas questões internas da Bolívia, em resposta aos vazamentos de áudio nos quais grupos camachistas e religiosos evangélicos diziam ter apoio estadunidense e de “uma pessoa muito próxima a Bolsonaro”.

O levante na Bolívia certamente inspirará grupos fascistas brasileiros a tomarem atitudes mais radicais, muito embora o apoio ao governo Bolsonaro esteja minando dia após dia. É importante ficarmos vigilantes para as pretensões autoritárias de certos “líderes” políticos e, também, vigiarmos as pretensões das lideranças evangélicas; podemos estar sob a lógica de uma nova “Cruzada” por parte deles.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

CurvaCAST 20 - Equador, a briga de Bolsonaro e Bivar e OCDE

1. O povo se levanta no Equador contra o governo neoliberal e ilegítimo de Lenín Moreno
2. Jair e Luciano Bivar trocam farpas e a família Bolsonaro sinaliza um desembarque do PSL
3. Economia doméstica não decola e, no exterior, o Brasil toma tombo do Trump
 Música de abertura: El pueblo unido jamás será vencido - Inti Illimani

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Autoplay :

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

CurvaCAST 18 - Macri, Macron e Zé Cocô

Na Argentina, o projeto neoliberal de Macri derrete e o peronismo ressurge; Macron e Bolsonaro trocam farpas e, no Brasil, já se discute a derrubada do Zé-Cocô.

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sexta-feira, 2 de agosto de 2019

CurvaCAST 17 - Hacker de Araraquara

Mais uma semana no Reich Tropical. Hoje é dia de falar sobre o comentário deplorável do presidente Jair Bolsonaro com relação à morte do pai do presidente da OAB, pincelar sobre o projeto de Weintraub, o Future-se, e também sobre o aparecimento do Hacker de Araraquara.

Barulho de Abertura: Slayer - Raining Blood

Indicações culturais:
1. Na Rota do Dinheiro Sujo, documentário disponível na Netflix
2. A Professora de Piano, filme de Michael Haneke
3. CurvaTALKS 03 - Tempos de Resistência
4. Tempos de Resistência, livro de Leopoldo Paulino

Esse episódio é dedicado a Emyra Waiãpi, líder indígena da aldeia Mariry assassinado por garimpeiros no último dia 24 de junho.

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terça-feira, 18 de junho de 2019

CURVACAST 14 - VAZA JATO



Procuradores da República discutiram formas de inviabilizar uma entrevista de Lula à colunista da folha Mônica Bérgamo, que havia sido autorizada por Lewandovski, porque, em suas palavrasm ela “pode eleger o Haddad” ou permitir “a volta do PT”.
De acordo com o despacho do Ministro do STF, o Plenário do STF havia assegurado a plena liberdade de imprensa como categoria proibitiva de qualquer censura prévia. Um clima de pânico acometeu os procuradores.

A procuradora Isabel Groba escreveu: “Mafiosos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!” - com 21 exclamações

Laura Tessler, outra procuradora, afirmou no grupo: “sei lá… mas uma coletiva antes do segundo turno pode eleger o Haddad”, demonstrando claro interesse em influenciar no processo eleitoral.

Ao mesmo tempo, Detran Delanhol conversava com uma tal de “Carol PGR”, que lhe confessou: “ando muito preocupada com uma possível volta do PT, mas tenho rezado muito para Deus iluminar nossa população para que um milagre nos salve”

A reunião seguiu como a de um comitê pró-Bolsonaro. Descartada a possibilidade de impedir a entrevista, eles passaram a debater qual o formato que traria menos benefício para o Molusco - uma entrevista solo, ou uma coletiva de imprensa.

O procurador Januário Paludo propôs:

“Plano A: tentar recurso no próprio STF, possibilidade zero
Plano B: Abrir para todos fazerem a entrevista no mesmo dia. Vai ser uma zona, mas diminui a chance de a entrevista ser direcionada”

Athayde Ribeiro Costa sugeriu que a Polícia Federal manobrasse para que a entrevista fosse feita depois das eleições, já que a decisão não havia especificado data. Ao final, a entrevista foi somente autorizada em abril. A PF, sob o comando de Sérgio Moro, tentou transformá-la numa coletiva de imprensa, tal qual o Januário tinha proposto.

Laura Tessler criticou o fato de a Procuradora-Geral da República, Raquel Doge, não intencionar entrar com recurso. De acordo com ela, a PGR queria ganhar o apoio da imprensa (só a Lava Jato pode ter apoio da imprensa, viu, senhores?)

Às 22:49, os procuradores puderam respirar aliviados: Julio Noronha compartilhou que o Partido Nôvo havia recorrido e que Fux havia acatado. Ou seja, um partido liberal pediu o cerceamento da liberdade de imprensa e os procuradores que deveriam ser imparciais comemoraram.



Quatro dias antes da denúncia contra o Lula no caso tríplex ser apresentada, Dallagnol tinha dúvidas sobre a solidez da história que contaria para Moro nos autos: que o tríplex havia sido um presente após supostamente favorecer a empreiteira em contratos com a Petrobrás.
No grupo, rebatizado de “Incendiários ROJ” - os caras se acham, sei lá, do BOPE - Dallagnol falou:

“Falarão que estamos acusando com base em notícia de jornal e indícios frágeis”

“Até agora, tenho receio da ligação entre a Petrobrás e o enriquecimento, e depois que me falaram, estou com receio da história do apartamento”

Para sanar o problema, o procurador apresentou um Power Point…

A ligação do apartamento com a corrupção na petrolífera havia gerado uma guerra jurídica naqueles meses: se não houvesse tal elo, o caso deveria ficar em São Paulo, longe das mãos de Sérgio Moro. Os promotores do MPSP entendiam que o tríplex não tinha nada a ver com o Petrolão, mas com o Caso Bancoop - eles argumentavam, sobretudo, que, quando Marisa e Lula começaram a pagar a cota-parte do imóvel, em 2005, não havia qualquer indício de corrupção na Petrobrás. 

Com a revelação das conversas, percebe-se que sequer havia convicção da ligação com a Petrobrás.

Um dia depois, o Detran vibrou com o que leu nos documentos da denúncia encaminhados por seus companheiros

“Vou dar um beijo em quem de vocês achou isso” - tendências à bissexualidade

Tratava-se de um artigo d’O Globo intitulado: “Caso Bancoop: tríplex do casal Lula está atrasado”. A reportagem era de 2010 e não mencionava a Petrobrás, dizia simplesmente que a falência da cooperativa que construía o prédio poderia prejudicar o casal, uma vez que a entrada da OAS no negócio encareceria o valor da compra.

Ele se animou, porque a reportagem dizia que o casal já era dono do imóvel em 2010; no entanto, a mesma reportagem, na verdade, confirmava a tese da defesa, de que o triplex era uma opção de compra lançada pela Bancoop, quando da sua falência. Ao final da matéria, aparece justamente uma cooperada que havia investido para a construção de um imóvel, mas que, com o aumento do valor, preferiu receber de volta o valor investido. A reportagem também confirmava que a entrada da OAS, ou de uma incorporadora qualquer, diante da falência, não era uma exclusividade do prédio do Lula, o que esvaziava a tese de se tratar de uma vantagem indevida. O texto também coloca como fonte uma declaração eleitoral de Lula de 2006, que consta: “Participação Cooperativa Habitacional - apartamento em construção no Guarujá”. A cota poderia ser utilizada para qualquer apartamento e a palavra triplex não aparece em nenhuma lista de bens.

Outra inconsistência, a reportagem diria que o apartamento de Lula ficaria no prédio B, que seria prejudicado pelo prédio A, pois taparia a vista para o mar; o triplex atribuído como pagamento a Lula, denunciado por Dallagnol, ficava na torre A: ou seja, a acusação sequer sabia qual que era o objeto da denúncia.

Dallagnol, falou ao grupo:

“Acho que o slide do apartamento tem que ser didático também. Imagino o mesmo do Lula, balões ao redor do balão central, ou seja, evidências ao redor da hipótese de que ele era o dono” - ou seja, aquele slide que ficou uma bosta foi planejado

Dois dias depois de oferecer a denúncia, Dallagnol conversou com Moro, reclamando que a opinião pública tinha achado o slide dele uma merda. Confirmou que havia utilizado a expressão “líder máximo” para vincular o Molusco aos 87 milhões de desvio, e não somente ao valor do triplex. Dallagnol sempre demonstrou, nas suas conversas, ter muito apreço à sua imagem perante a opinião pública - narcisista do caralho.


Sérgio Moro atuou além de sua competência como juiz e deu pistas informais para Dallagnol, ajudou a conduzir operações e tramou para tirar o PT do poder.

Atuou como um verdadeiro juiz-acusador, o que contamina a sua suposta imparcialidade.

Em fevereiro de 2015, Moro passou uma pista sobre o caso Lula:

“Então. Seguinte. Fonte me informou que a pessoa do contato estaria incomodado por ter sido a ela solicitada a lavratura das minutas de escrituras para transferências de propriedade de um dos filhos do ex-presidente. Aparentemente, a pessoa estaria disposta a prestar informação. Estou então te repassando. A fonte é séria”

Nota-se aqui uma preocupação em conseguir uma forma de ajudar a acusação. De acordo com o Código do Processo Penal:

“O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes se aconselhar qualquer das partes” (Art. 254, V).

Dallagnol ligou para a fonte, mas ela se recusou a falar. Relatou em seguida ao Sérgio Loro e confessou que queria forjar uma denúncia anônima para intimá-la:

“Estou pensando em fazer uma intimação oficial até, com base em notícia apócrifa”

O juiz, ao invés de falar, “não, mano, vc está fazendo cagada”, endossou a gambiarra:

“Melhor formalizar então”.

Em março do ano seguinte, as ruas testemunhavam diversas manifestações pró-impeachment. Dallagnol parabenizou Moro:

“Parabéns pelo imenso apoio público hoje. (...) Seus sinais conduzirão multidões” - Dallagnol devia de achar que Moro era uma espécie de Jesus Cristo do avesso.

Moro responde com falta modéstia

“Parabéns para todos nós (...) Ainda desconfio muito da nossa capacidade institucional de limpar o congresso. O melhor seria o congresso se autolimpar, mas isto não está no horizonte. E não sei se o STF tem força suficiente para processar e condenar tantos e tão poderosos” - discurso higienista e messiânico.

Três dias depois, Dilma tenta nomear Lula para a Casa Civil e incendiaria a política brasileira. Moro divulgou uma conversa grampeada entre a Presidenta e o Molusco. Mas não sem antes acertar os ponteiros com o MPF:

“A decisão de abrir está mantida mesmo com a nomeação, confirma?”

“Qual a posição do MPF?”

“Abrir”

No despacho, Moro escreveu algo interessante: “Apesar disso, pela relevância desse diálogo para o investigado, não há falar em direito da privacidade a ser resguardado, já que ele é relevante jurídico-criminalmente para o ex-presidente”. Ou seja, o direito à intimidade, para Moro, é menor do que o interesse público em saber das conversas. Espero que esse entendimento também sirva para esse vazamento do Intercept contra ele…

Seis dias depois, Dallagnol afirmou:

“A liberação dos grampos foi um ato de defesa”

E Moro respondeu: “Não me arrependo do levantamento do sigilo. Era a melhor decisão. Mas a reação está ruim”. Na semana seguinte, após um sermão do falecido Teori Zavascki, Moro pediu desculpas (apesar de não ter se arrependido) ao Supremo Tribunal Federal e ficou tudo por isso mesmo.

No meio do ano, Dallagnol apresentou uma prévia impressionante dos indícios de corrupção revelados pela delação de 77 executivos. Tinha tucano e PMDBista no meio. Sérgio Moro resolveu então pisar no freio.

“Reservadamente. Acredito que a revelação dos fatos e abertura dos processos deveria ser paulatina para evitar um abrupto pereat mundus”

Depois de dois meses, cobrou o MPF: “Não é muito tempo sem operação?”. Dallagnol então preparou uma outra operação.

Depois que nomes de peso do tucanato e do PMDB foram implicados, Sérgio Moro tentou limitar o escopo dos investigados:

“Opinião: Melhor ficar com os 30% iniciais. Muitos inimigos e que transcendem a capacidade institucional do Ministério Público e Judiciário”

Pouco antes do dia da audiência do Lula, devido à grande comoção que estava nas ruas, com mais de trinta mil apoiadores, Moro passou um sermão para o MPF: “Que história é essa que vocês querem adiar? Vocês devem estar brincando”. Dallagnol intercedeu junto ao relator substituto para rejeitar o pedido de adiamento: “Defenderemos manter. Falaremos com Nivaldo”

Em junho deste ano, Sérgio Moro afirmou para a imprensa que nunca havia utilizado o Telegram e afirmou que seu telefone tinha sido invadido.



sexta-feira, 8 de março de 2019

CurvaCAST 6 - Carnaval é Mais, Bolsonaro é Menos.

O carnaval foi um período de ressaca moral para Jair Bolsonaro. Os foliões saíram as ruas e marcaram o tom de protesto do carnaval mais político depois da Redemocratização. Magoado, o presidente trapalhão resolveu partir para o ataque e publicou, no Twitter, sem tarjas, nem censura, uma cena de um bloco de rua no qual um folião introduz um dedo no ânus e depois um outro faz um golden shower. Após as manifestações, o presidente posta, para troçar, a frase "O que é golden shower?"

A reação no mundo político foi negativa até mesmo para os setores conservadores. Os deputados Kim Patroca e Fernando Bispo, dois conhecidos militantes de um movimento financiado pelos Estados Unidos para tirar a esquerda do poder e, assim, facilitar a imposição da agenda neoliberal, condenaram as postagens do presidente e alegaram que tal postura não é coerente com a de um conservador; Miguel Reale Júnior, redator do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, integralista enrustido, foi além e disse que tal falta de decoro era passivo de pedido de destituição, citando o art. 9º da Lei 1.079/1950:
"7)[é crime de responsabilidade contra a probidade na administração] proceder de forma incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo".
O carnaval, no entanto, é maior que isso. É maior que Bolsonaro. É maior do que essa ofensiva chula que tenta deslegitimar a festa do Povo a partir de um ato que, levado ao extremo, pode, no máximo, ser considerado um atentado ao pudor. Publicar esse ato num perfil oficial, com milhões de seguidores, alguns menores de idade, no entanto, é um crime muito pior: é um ultraje público ao pudor.

Nesse episódio do CurvaCAST, iremos abordar não somente a postura infantil e jihadista do presidente, mas também o significado dessa estrondosa festa popular, o carnaval; uma festa na qual o povo extravasa todo o grito que fica enrustido durante o ano inteiro em seu peito.




 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

CURVACAST 4 - BEBIANNO

A primeira crise de estatura política alcança a cúpula do Palácio das Laranjeiras. No parquinho do apartamento, o "garoto" Carlinhos Bolsonaro, também conhecido como Kiko de Barba, acusa o Secretário-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, de falar uma "mentira absoluta"; seu papai fica ao seu lado, incondicionalmente, e uma crise de confiança se abre entre os aliados do governo.

Os áudios vazados para a revista Veja encontra-se no link: https://jovempan.uol.com.br/noticias/brasil/ouca-os-audios-da-conversa-entre-jair-bolsonaro-e-gustavo-bebianno.html
Acompanhe o CurvaCAST dessa semana e fique por dentro da primeira crise institucional do governo Bolsonaro!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

CurvaCAST 3 - Contingenciamento nas Universidades e a Espionagem na Igreja Católica

Em mais um episódio do CurvaCAST/Diplomatas de Sealand, dessa vez iremos tratar das travessuras de um clone muito especial de Bolsonaro - João Dória. Especial porque ele quer superar o seu modelo original, colocando-se como sucessor antes mesmo de terminar o seu mandato no governo de São Paulo.

Abordaremos o programa de demissão voluntária aprovado pela ALESP, o contingenciamento das universidades paulistas e a greve dos servidores.

Por fim, falaremos sobre a espionagem da ABIN em cima da Igreja Católica, que promoverá um perigoso Sínodo na Amazônia. Perigoso para a imagem do governo Bolsonaro, de acordo com o próprio governo Bolsonaro.


CurvaCAST 2 - O Ataque dos Clones

O fenômeno Bolsonaro criou um fã clube muito peculiar de fãs que tentam se portar à sua imagem e semelhança. Alguns nem fãs são, apenas surfam na onda para conseguirem entrar para a carreira política, vinculando seu nome ao então candidato à presidência da República. Outros se alinham ao seu projeto reacionário para poder catapultar, dentro de um sistema ministerialista no qual o presidente nada fala, sua imagem, muito embora moderem o tom ou enfatizem uma ou outra coisa que o ex-capitão não é capaz de discursar.

Neste episódio do CurvaCAST, iremos discutir como os clones do Bolsonaro, replicadores ativos e passivos, se portam nesse novo contexto de poder.




quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

CurvaCAST 1 - Ameaça Fantasma!

Confira o primeiro episódio do CurvaCAST, um podcast patrocinado pelo Diplomatas de Sealand.

Venha conferir os primeiros dias de Bolsonaro no governo!