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terça-feira, 12 de novembro de 2019

CONSIDERAÇÕES SOBRE O LULA LIVRE



Editorial
Após o julgamento sobre a questão da segunda instância pelo Supremo Tribunal Federal, a liberdade cantou para Lula. O ex-presidente havia sido feito prisioneiro político pelo então juiz Sérgio Moro, para evitar que ele fosse candidato à Presidência da República. Devido a uma campanha nacional e internacional pela soltura de Lula, ao desgaste do governo Bolsonaro, da imagem de Sérgio Moro e, principalmente, pela crise política que emergiu devido ao caso Vaza Jato, devido ao imenso material jornalístico de Glenn Greenwald, Lula foi beneficiado por um habeas corpus na sexta-feira e, depois, foi para São Bernardo do Campo reorganizar a sua militância.

A soltura de Lula, no entanto, não significa um “retorno” à Constituição, como se magicamente o estado de exceção generalizado que tomou conta dos país a partir de 2016 tivesse sumido com uma canetada do Supremo. Trata-se de um recuo tático da burguesia nacional e da classe política fisiológica para enquadrar Bolsonaro, uma vez que a burrice incomensurável do atual presidente da República por vezes atrapalha os interesses da mesma burguesia que o garante no poder. O que não se está claro é se a tentativa é de conter Bolsonaro ou de fortalecê-lo, uma vez que, com Lula solto, a polarização em torno do PT pode voltar a ser relevante e Bolsonaro pode se fortalecer se souber aproveitar a oportunidade (afinal, muitas alianças somente são possíveis se houver um “inimigo comum”).

No Congresso Nacional, a presença do Lula, que pode voltar ou não a ser o eixo da discussão política, tende a atrair uma parte dos políticos da direita fisiológica (conhecida como Centrão) e repelir a outra parte; dificilmente haverá indiferença com relação a Lula no jogo político. Esse fenômeno deve sufocar o crescimento do PSOL, que vem se verificado de forma lenta e gradual desde o processo de impeachment de Dilma Rousseff. A tendência é a construção de um novo “centro”, hegemonizado pelo PT e MDB, com legendas como o PSB e outros partidos de centro-direita orbitando, que polarize com a extrema-direita de Bolsonaro e asseclas. Isso representa também uma aproximação do PSDB com a extrema-direita, uma vez que a direita tradicional, que fica no meio do caminho dessa polarização, tende a se esvaziar; Rodrigo Maia, que tentava reconstruir a direita tradicional a partir da “moderação” do DEM (que era mais para a extrema-direita no início do governo), poderá sair prejudicado com a saída de Lula, a não ser que tente um acordo anti-Bolsonaro. O PSOL tende a ter uma aproximação inicial, com algumas alianças municipais fechadas com os setores mais à direita do Partido (como é o caso do Marcelo Freixo), mas tende a se afastar à esquerda devido ao sufocamento eleitoral.

No campo progressista, a soltura de Lula certamente é positiva, por se tratar de uma reparação, por retardar a sanha persecutória contra líderes da esquerda, por contrapor elementos burgueses que tentam se pintar como progressistas (como o Ciro Gomes, o qual certamente vai procurar polarizar com Lula, aproximando-se do ex-eleitorado do Bolsonaro) e, também, para pôr fim à paralisia de pauta do partido hegemônico da esquerda, o PT; por outro lado, pode alimentar ilusões institucionais em um momento no qual o avanço neoliberal sobre os trabalhadores se intensifica. Lula é o cara da conciliação, do reformismo fraco, e, em épocas de polarização, a gente sabe muito bem o que isso significa. Quando a luta de classes se radicaliza, é um erro não tomar um posicionamento mais claro contra a burguesia e a favor da classe trabalhadora. #

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

CurvaCAST 17 - Hacker de Araraquara

Mais uma semana no Reich Tropical. Hoje é dia de falar sobre o comentário deplorável do presidente Jair Bolsonaro com relação à morte do pai do presidente da OAB, pincelar sobre o projeto de Weintraub, o Future-se, e também sobre o aparecimento do Hacker de Araraquara.

Barulho de Abertura: Slayer - Raining Blood

Indicações culturais:
1. Na Rota do Dinheiro Sujo, documentário disponível na Netflix
2. A Professora de Piano, filme de Michael Haneke
3. CurvaTALKS 03 - Tempos de Resistência
4. Tempos de Resistência, livro de Leopoldo Paulino

Esse episódio é dedicado a Emyra Waiãpi, líder indígena da aldeia Mariry assassinado por garimpeiros no último dia 24 de junho.

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terça-feira, 18 de junho de 2019

SINDICAST 01 - GREVE GERAL




Bom dia a você que acorda às cinco e meia da manhã para gerar riqueza para o patrão, enquanto ele sai para pescar numa quarta-feira. Está começando o primeiro SINDICAST, o podcast favorito de militantes, ativistas e pelegos da classe trabalhadora.

Hoje irei conversar com o Luís Ribeiro, jornalista e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da USP, sobre a Greve Geral contra a Reforma da Previdência.