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sábado, 21 de maio de 2016

Políticas de um governo ilegítimo #5


O governador interino resolveu recriar o Ministério da Cultura, após várias manifestações no país todo. A meia-volta foi grandemente influenciada pela indignação dos artistas em geral, o que poderia funcionar como um catalisador da insatisfação popular do governo ilegítimo; no entanto, apesar de as manifestações dos artistas terem tido maior peso, as populares ganham confiança e pode trazer mais dores de cabeça ao mandatário de facto. Michel Temer parece ser muito fã da Metamorfose Ambulante de Raul Seixas - adora desdizer aquilo que ele disse antes. O novo ministro de facto será Marcelo Calero, que ocuparia o Puxadinho da Cultura no MEC, após várias negações por parte de artistas mulheres. Os prédios seguem ocupados.


Caetano Veloso cantou ao lado de Erasmo Carlos contra o golpe e contra o fechamento do Ministério da Cultura no Palácio da Capanema. Não discursou, porém, evocou os fantasmas da ditadura com as músicas escolhidas para a manifestação. Em Odeio, a plateia adaptou a letra para colocar o nome de Temer antes do refrão. Essa letra já havia sido adaptada quando de um show conjunto com Gilberto Gil, mas o alvo era Eduardo Cunha. Quando cantou Tieta, a galera gritou"Eta, Eta, Eta, Eta, Eduardo Cunha quer controlar minha buceta".
[Odeio Temer]
[Eta Eduardo Cunha]

Caetano já havia participado de shows que acabaram sendo contagiados pelo clima político. No último dia 18, o cantor tocou junto com Elza Soares, no mesmo dia da grande manifestação pró-democracia. Muitos cantaram junto com Elza "não vai ter golpe" - a baiana pediu para os fãs lutarem pela democracia; o baiano, em silêncio, sorriu.

Tom Morello, guitarrista do Rage Against the Machine, saudou o MST no dia 20 durante a cerimônia do prêmio Chaplin, destacando o movimento como inspiração de luta e de poder popular. O músico criticou o golpe de estado nas mídias sociais e depois cantou com artistas americanos e do MST, que você pode ver no vídeo abaixo:
[video tom morello + MST]

A TV Brasil desistiu de cobrir o show de Mano Brown no dia de hoje (21), talvez por medo de manifestações políticas contra o Sem-Pescoço. Durante um show do Carlinhos Brown, houve gritos de "fora Temer" captados pela estatal, que agora está no comando de Laerte Rimoli, depois de o interino ter exonerado ilegalmente o ex-presidente Ricardo Melo.

Na Virada Cultural de São Paulo, o show de Ney Matogrosso foi marcado por coros de protesto contra Michel Temer.

Enquanto isso, acontece o Grito da Liberdade, reunindo artistas, intelectuais e lideranças sociais, que tem como intuito criar consensos sobre a oposição ao governo interino. Em um ato emblemático, o escritor Fernando Morais rasgou sua ficha de filiação ao PMDB em público. O jornalista Audálio Dantas também se desfiliou.

Maradona vestiu a camiseta da seleção com o nome Lula e o número 18, fazendo referência às próximas eleições presidenciais. As fotos foram postadas nas mídias sociais com a legenda "Um soldado de Lula e Dilma".

The Economist lançou um editorial falando sobre a crise no Partido dos Trabalhadores. Fazendo uma análise realista de direita, criticou o governo Temer, afirmando: "In naming a cabinet composed purely of white men, he is taking Brazil back to the early 1980". O jornal fez um balanço sobre a contradição enfrentada pelo PT e ainda afirmou que a crise política pode trazer o partido de volta à tona.

No dia 15, o Decorativo mandou avisar que iria aumentar o PIS e o Cofins. Com a medida, as mensalidades em faculdades e universidades privadas podem aumentar em até 6,5%, podendo diminuir em 13% a demanda pelo ensino superior pago, conforme estudo de impacto pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação)

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