Mostrando postagens com marcador USP. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador USP. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 18 de julho de 2019

CURVATALKS 03 - TEMPOS DE RESISTÊNCIA




Nesse episódio, iremos receber a ilustre presença de *Carlos Leopoldo Teixeira Paulino*, autor do livro e documentário homônimo “Tempos de Resistência”. Leopoldo iniciou sua militância no movimento secundarista; em 1966 filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e, após o racha do mesmo ano, militou na Dissidência Comunista (DI). Já na Ação Libertadora Nacional (ALN), participou da resistência armada contra a ditadura militar. Preso político, esteve exilado no Chile, na França, Dinamarca, no Panamá e na Argentina Foi preso político pela ditadura de Pinochet em 17 de setembro de 1973. Solto, refigiou-se na Embaixada do Panamá, em Santiago do Chile. De volta ao Brasil, ingressou no Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8) e foi presidente do Comitê Brasileiro pela Anistia em Ribeirão Preto. Após a redemocratização, Leopoldo foi eleito vereador de Ribeirão Preto por seis mandatos. Atualmente milita na Unidade Popular pelo Socialismo, legenda eleitoral organizada pelo Partido Comunista Revolucionário recentemente legalizada pelo TSE. 

Música de abertura: Venceremos, de Quilapayun. Hino da Unidad Popular, coalizão que deu suporte à candidatura e ao governo de Salvador Allende. 

Apoie nosso podcast pelas nossas campanhas de financiamento e ajude-nos a manter esse projeto vivo.

https://apoia.se/diplomatasdesealand

terça-feira, 23 de abril de 2019

CENTRAIS SINDICAIS EM SOLIDARIEDADE COM OS TRABALHADORES DA USP

As Centrais Sindicais reagiram contra o cerceamento da liberdade de organização sindical promovida pelo Reitor da Universidade de São Paulo, Vahan Agopyan, nesta última quinta-feira. A Reitoria decretou que os trabalhadores somente poderiam participar do Congresso Estatutário caso pagassem as horas em que se ausentassem para participar das discussões e se a chefia imediata autorizasse, além de criar uma distinção entre funcionários com cargos administrativos no SINTUSP (Sindicato dos Trabalhadores da USP) e funcionários eleitos apenas para o Congresso. Na prática, muitas Unidades de ensino proibiram os delegados de participarem do evento.

Segue a íntegra da carta enviada pelas centrais sindicais à Reitoria:


Carta em defesa da realização do 7º Congresso do SINTUSP

Ao Sr. Vahan Agopyan
Reitor da USP (Universidade de São Paulo)

As Centrais Sindicais brasileiras abaixo assinadas vêm a público se manifestar em defesa do direito de organização dos funcionários da USP que, por uma inaceitável decisão da reitoria dessa Universidade, viram-se obrigados a que seu Sindicato, o SINTUSP, suspendesse a realização de seu 7º Congresso previsto para os dias 22, 23 e 24 de abril de 2019. Este evento do SINTUSP, com mais de 272 delegados e delegadas eleitos nos locais de trabalho, foi surpreendido pela decisão da Reitoria de não liberar seus funcionários para participarem do Congresso, o que constitui ataque a uma conquista histórica dos trabalhadores da USP. Diante da medida da Reitoria da USP, que na prática inviabilizou a realização do 7º Congresso do SINTUSP, as Centrais Sindicais se colocam firmemente ao lado da entidade e de toda a categoria na defesa de sua liberdade de organização e em protesto contra a decisão, e se dirigem ao Sr. Reitor solicitando que sua posição seja revista.

São Paulo, 23 de abril de 2019. 

Vagner Freitas, Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) 
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical (FS) 
Adilson Araújo, Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) 
Antônio Neto, Presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) 
José Calixto Ramos, Presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) 
Atnágoras Lopes, Secretaria Executiva Nacional da CSP-CONLUTAS 
Ubiraci Dantas, Presidente da CGTB Ricardo Patah, Presidente da UGT 
Mané Melato, Intersindical instrumento de Luta

REITORIA DA USP ATACA A ORGANIZAÇÃO DE SEUS TRABALHADORES



Mesmo com a mediação de dois parlamentares da ALESP, o reitor Vahan Agopyan mantém a postura antissindical e inviabiliza a realização do Congresso da categoria. 

Os trabalhadores da Universidade de São Paulo se viram impedidos de realizar seu VII Congresso Estatutário do SINTUSP após uma decisão da Reitoria condicionar a participação dos delegados à autorização da chefia imediata e ao pagamento obrigatório de todas as horas gastas na participação no evento. Além disso, a Reitoria fez uma distinção entre diretores, conselheiros e delegados sem cargos burocráticos, ao estabelecer que aqueles que tivessem cargos burocráticos no SINTUSP teriam suas horas abonadas e os que não tivessem necessitariam de autorização e de pagamento de horas. A decisão é inédita na história do sindicalismo na USP, mesmo incluindo os seus trabalhos como associação de trabalhadores na época da ditadura militar, e reflete o ataque que sofre as organizações de defesa dos trabalhadores na atual gestão de João Dória e Jair Bolsonaro. 

O Congresso, que seria desenvolvido entre os dias 22 e 25 de abril, é a mais alta instância decisória da categoria e apresenta especial importância no momento político atual; discussões importantes como a reorganização sindical, demitidos políticos, assessoria jurídica após a Reforma Trabalhista e a forma de eleição dos seus diretores estariam na pauta. Suas atividades vêm sendo construídas desde o final de 2018; seu calendário teve ampla divulgação e a liberação vem sido negociada desde as tratativas acerca do Acordo Coletivo, em meados do ano passado. Os delegados são escolhidos por meio de votação direta, de forma democrática, e defendem o interesse da categoria e de sua base de sustentação. Ao longo do ano, a Comissão Permanente de Relações de Trabalho da USP retardou o anúncio das liberações e somente emitiu o ato que tratava do assunto às vésperas do feriado da Paixão de Cristo, um dia útil antes do que seria o início do Congresso. Com a liberação condicionada pelas chefias imediatas, diversas Unidades de ensino proibiram a participação de seus servidores no Congresso, alegando problemas com a continuidade do serviço público, algo que já deveria ter sido sanado se a Reitoria e seus órgãos tivessem tomado as devidas providências quando da publicação do edital do evento. 

Ao longo do dia, o SINTUSP se manteve em negociação com a Reitoria e recebeu o apoio dos deputados Carlos Giannazi e Mônica Seixas, ambos do PSOL. Sob o argumento de se tratar de uma decisão “técnica”, o secretário do Gabinete Executivo afirmou que o Reitor, Vahan Agopyan, não voltaria atrás e os delegados resolveram por adiar o Congresso. O deputado Giannazi protocolou requerimento de convocação ao Reitor para depor perante a Comissão de Educação e Cultura da ALESP. Os trabalhadores continuam mobilizados para conseguirem as liberações e, assim, poderem construir e avançar na luta dos trabalhadores da USP.

sexta-feira, 17 de março de 2017

A desinformação de Zago, reitor da USP

Em resposta ao uso parcial da imprensa da USP por parte do dirigente máximo, Zago, trabalhadores da USP encaminharam o seguinte esclarecimento:



INFORMAÇÃO É PODER

A Reitoria enviou uma mensagem apresentando a versão parcial da realidade sobre o que aconteceu na reunião do Conselho Universitário. Usou o endereço "Imprensa" para dar um aspecto de seriedade (coisa que a maior parte da imprensa já perdeu faz tempo) e isenção (como se possível) . 

Em um exercício ridículo tenta colocar o Reitor como vítima e chega a falar de "violência psicológica" sofrida pelos conselheiros, demonstrando uma total incapacidade de refletir sobre o assunto ou mesmo de apresentar argumentos em defesa da truculência provocada pela ação da Reitoria que orientou os conselheiros a esperarem lá fora criando assim um clima de tensão.

Uma mensagem recebida via e-mail (com a autoria perdida, mas conteúdo plenamente válido) faz boas considerações sobre a referida mensagem da Reitoria!


"Recebi, como todos vocês, este informe, e penso que a Reitoria poderia divulgar, também, os depoimentos de membros do Co que já disseram algo bem diferente. Junto com estes. é claro. Assim mostraria verdadeira preocupação pela situação gerada. Mas prefere compor uma matéria no estilo Cidade Alerta, menosprezando a inteligência dos receptores. Homogeneizando o Co contra o "inimigo interno". Até repete a determinação do título daquele triste comunicado de 2014 ("A USP sob ataque") em que inauguraram a denominação "inimigo interno".

Além disso, matéria fraca, considerando que pessoas em condições de fuga conseguiram imagens bem mais nítidas. Por que não há uma única foto ou filmagem dos supostos "cerco e empurralhamento"? Ou do impedimento de entrar, isso último -que também não justificaria a selvageria policial- seria essencial, já que, na sessão do Co, vários declararam não terem sido impedidos em momento nenhum, coincidindo com vários colegas que deram depoimentos públicos. Das três fotos que acompanham, uma parece um pique-nique, na outra está Fischerman escoltado e na terceira uma pessoa arroja alguma coisa (contra os policiais, não contra os conselheiros), depois de que os policiais começaram o ataque.

Alguns dos depoimentos são diretamente atos falhos: “Até o início das ações da PM, eu e a maioria de meus colegas conselheiros fomos continuamente assediados com palavras", diz o diretor do IF de São Carlos. 

Então, as palavras são assédio? Houve centenas ou mais de um milhar atacados com cassetetes, bombas, e spray pimenta. Todos somos atacados cotidianamente pela Reitoria e esses membros coniventes do Co com o sucateamento do patrimônio público, ocultamento de informações vitais, violência institucional, e, também, com palavras. 

Uma matéria para consumo dos convencidos, que não sinaliza nenhuma perspectiva."

Nota-se assim que estamos em uma guerra de informações. Para que não sejamos manipulados, principalmente pela Reitoria e Jornalões que apenas publicam o que interessa aos seus patrocinadores, é preciso buscar outras fontes de informação.


Neste sentido, no anexo 1 há três artigos/depoimentos lúcidos e comoventes de Conselheiros que estavam no dia da votação e que entendem o papel da Universidade e de como as coisas podem e devem ser bem diferentes, com o uso do diálogo e troca de opiniões para resolver nossas diferenças. Fica claro que apesar de haver o protesto e até alguma hostilização (xingamentos), reprováveis, porém compreensíveis diante da situação, dava sim para os conselheiros entrarem, não sendo necessário uma ação tão truculenta da Polícia. Talvez um grande agravante foi a ordem da Reitoria para os Conselheiros se aglutinarem mas não entrarem.

No anexo 1 também há:
- Carta Aberta da ADUSP, SINTUSP E DCE sobre a proposta do Reitor.
- Moção do Departamento de Antropologia / FFLCH
- Carta Aberta / Abaixo assinado Contra a violência e pela Democracia na USP , a qual continua recebendo adesão: https://www.change.org/p/contra-a-falta-de-democracia-e-uso-de-viol%C3%AAncia-na-usp?recruiter=692452100&utm_source=share_petition&utm_medium=copylink


Outras fontes que ajudam a entender o que realmente aconteceu no dia da reunião do “CO”:
- o vídeo do pessoal das creches disponível em https://pt-br.facebook.com/ocupacaocrecheaberta/videos/1955223204701038/
- Facebook do Bruno Gilga Rocha - representante dos funcionários no CO, destaco a lúcida e pertinente fala dele na reunião do CO https://www.facebook.com/brunogilgarocha/videos/1851784468411249/

Mas, para quem quer entender o que realmente está acontecendo na USP segue no anexo 2 alguns artigos com análises mais aprofundadas, mais abrangentes e mais honestas sobre os números, as ações e a situação da USP.
Segue também o resultado da votação do CO com quem votou contra e a favor dos parâmetros.

Anexos:

Para receber os relatos do ocorrido no dia da votação, mande uma solicitação para o  e-mail ssetrep@protonmail.ch.

terça-feira, 31 de maio de 2016

O Anacronismo na Universidade de São Paulo

A Universidade de São Paulo é conhecida, principalmente, pelo seu renome internacional como centro de formação e pesquisa. É conhecida também pelos seus escândalos, principalmente envolvendo seus alunos -- histórias de embriaguez, estupro, morte, execração pública de calouros e racismo aparecem com certa frequência na mídia.

O que talvez não seja muito do conhecimento público é como a entidade se comporta com relação à "coisa pública", à administração da Universidade.

Juridicamente, a USP é uma autarquia especial estadual, gozando de autonomia administrativa e financeira em relação ao Poder Executivo do Estado de São Paulo. Tal autonomia serve para, teoricamente, dar maior dinamismo à forma como ela se gerencia e evitar ingerências dos poderes executivos e legislativos, resultando em uma instituição neutra e apta a concluir sua missão, sem pressões políticas ou lobbies.

Tudo isso, em teoria. A prática se mostra bem diferente,

Primeiramente, devemos notar que a comunidade USP é dividida em estamentos, tal qual num sistema feudal; e estar em um estamento mais alto significa ter privilégios, contrariando a essência da res publica e os princípios da igualdade, da supremacia do interesse público, da isonomia e mesmo da moralidade. No topo da pirâmide, encontra-se os docentes. São eles os únicos que podem se candidatar aos cargos relevantes de gerência, tais como de Presidência de Colegiado, mesmo que o cargo nada tenha a ver com o ensino. Um pode dizer que essa prática também é comum em outras entidades ou órgãos públicos, como os desembargadores são os congregados do Tribunal, os Ministros/Conselheiros, os dos tribunais, e assim por diante; sim, formalmente é a mesma coisa que acontece, no entanto, se levarmos em consideração a sintonia entre os conhecimentos necessários para ser bem sucedido como administrador público e os conhecimentos de alguém que mexe com auditoria de órgãos públicos e compararmos isso com o conhecimento de um enfermeiro, entendemos que o simples ctrl c, ctrl v de um modelo para o outro não é algo que possa ter  Um docente da faculdade de medicina pouco sabe de moralidade pública a ponto de poder ser um diretor ou um chefe executivo de uma entidade pública. Uma autarquia não pode ser considerada como uma empresa, pois serve ao interesse público

Disso, surge o corporativismo. Todos os Colegiados da Universidade de São Paulo asseguram a participação de funcionários administrativos e alunos, mas sempre numa posição que não ameace a corporação. Por exemplo, a Congregação da Faculdade de Direito apresenta 81 membros; desses, apenas 4 são servidores administrativos: 5% do Colegiado; são 7 representantes discentes, sendo um ex-aluno, o que faz com que 86% da Congregação seja composta por docentes. Agora imagine que esses 86% fossem formados, e.g., em Educação Física; entendem tudo de morfologia do corpo humano, fisiologia etc. Por fim, imagine que esses são os caras que vão fiscalizar as obras, as licitações, o emprego do dinheiro público, etc. O que nos leva à perceber que. muito embora os dirigentes da USP tenham grau mínimo de doutorado (e ai de quem não coloca o Dr. antes do nome do cidadão), a eficiência não é muito melhor do que a de uma Prefeitura de cidade pequena -- às vezes, é muito pior.

Sobre os privilégios do estamento docente. O modelo patrimonialista que se instalou e permaneceu na Universidade, que tanto preza a "meritocracia", obliterou o Estado de Direito. Lá, a lógica difere do resto do país. Sua expressão maior se encontra no regime de contratação dos novos senhores doutores feudais: o regime de dedicação integral à docência e à pesquisa (RDIDP). Quem lê a expressão deve de pensar que os professores são escravizados pelo sistema; alguns deles até pensam que são, de tão descolados que se encontram da realidade; e quando se vê o estatuto, quase se tem uma certeza disso: o servidor que assim for contratado tem que dar aulas e pesquisar, além de eventualmente desempenhar um cargo administrativo. Não há folha de ponto: a dedicação é exclusiva, tem que estar à disposição da Universidade sempre que for preciso. Quem se enquadra nesse regime não pode desenvolver outra atividade econômica. Agora, de novo, vamos voltar à realidade: boa parte (não digo todos pois seria injustiça com quem realmente trabalha) dos que apresentam cargos administrativos (e ganham uma comissão muito boa para isso) somente vão às seções para assinar os documentos, muitas vezes sem ter a mínima ideia do que estão assinando. Outros fazem pior: escaneiam a assinatura e pede para o funcionário colocar no ofício, para não ter o trabalho de aparecer no local de trabalho.

Na área da pesquisa, quem está no dia a dia sabe que quem pesquisa é o aluno de iniciação científica, de mestrado e de doutorado. Muitos fazem o mesmo que fazem administrativamente: apenas emprestam seu "renome" (oriundo de uma presunção de intelectualidade simplesmente por serem professores da USP) para subscrever artigos, para que aqueles que realmente tocam a pesquisa possam adentrar no mercado do trabalho científico.

Com relação à docência, a situação é ainda pior: os bacharéis não têm didática alguma e, quando uma turma vai mal, atribuem a culpa aos alunos, na maioria das vezes sem apresentar uma forma de sanar o problema de aprendizado que surge. Outros, terceirizam inclusive a atividade docente aos mestrandos, doutorandos e alunos PAE que supervisionam.

Não obstante tudo isso, os docentes reclamam da centralização das atividades em sua categoria, mas são categóricos em dizer não a descentralizar o que dá para ser descentralizado. E, para piorar, apesar de serem servidores de "dedicação integral", 40% destes desenvolvem outras atividades fora da universidade, com o aval da Administração (que é feita majoritariamente por seus pares, como já discuti). Isso é um sintoma da camaradagem que surge entre eles na hora dos colegiados fiscalizarem: todos fazem vista grossa e, dessa forma, ninguém delata ninguém. Cabe ressaltar que, além dessa porcentagem, existem aqueles de dedicação integral que desenvolvem atividades econômicas extra-USP ilegalmente: basta pescar o nome, por exemplo, de um docente da Faculdade de Odontologia de Bauru, que seja RDIDP, e procurar no Google se o bonito tem consultório e você se espantará com os resultados.

Cabe ainda ressaltar o assédio moral com os alunos e com os funcionários administrativos, que é simplesmente lindo. Algumas comunidades e hashtags lançadas nas mídias sociais nos dão uma dimensão sobre quão escrabosa é a situação dentro da Universidade-modelo do Brasil (por exemplo, a comunidade "IFSC, isso não é normal" e "Meu Professor Feano", com diversos relatos de alunos que foram ridicularizados por terem entrado em depressão, após assédio moral, e assédios sexuais a alunos e alunas -- uma delas afirma ter pegado AIDS do professor). Em uma reunião da Congregação da Faculdade de Farmácia de Ribeirão Preto, por exemplo, diversos docentes fizeram escárnio da situação de um refugiado que pedia revalidação de diploma, por ser sírio. Uma docente do IQSC chegou a falar em alto e bom som, após uma reunião da CG, que era contra a invasão de nordestinos na Universidade de São Paulo porque a autarquia era dos paulistas e, por isso, queria ter votado CONTRA a adesão ao programa SiSU. Com relação aos funcionários administrativos, a relação muitas vezes é a de senhor-vassalo, fazendo-o muitas vezes ter de executar tarefas fora da legalidade para atender a suas vontades.

Com raras exceções, o peso no nome da USP se apoia em ombros de gigantes, de uma minoria de docentes que fazem uma pesquisa de qualidade, que se preocupam em ensinar e que desempenham atividades administrativas relevantes, preocupando-se com o interesse público. E o renome se deve muito mais à quantidade de dinheiro público que é injetado (sem fiscalização) do que à qualidade da pesquisa que surge. A Universidade de São Paulo, depois de 85 anos, continua sendo um antro de corporativismo, patrimonialismo e corrupção; mas seu reinado soberano não durará mais duas décadas.